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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Degustação de vinho em Minas

- Hummm...
- Hummm...
- Eca!!!
- Eca?! Quem falou Eca?
- Fui eu, sô! O senhor num acha que esse vinho tá com um gostim estranho?
- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...
- Putaquepariu sô! E o senhor cheirou isso tudo aí no copo?!
- Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?
- Cebesta, eu não! Sou isso não senhor!! Mas que isso aqui tá me cheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!
- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!
- O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O senhor tá gripado, é?
- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então...
- E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!
- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...
- Mais num vai introduzi mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!
- Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...
- Hã-hã... Eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta...
- O senhor poderia começar com um Beaujolais!
- Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!
- Então, que tal um mais encorpado?
- Óia lá, ocê tá brincano com fogo...
- Ou, então, um suave fresco!
- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!
- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!
- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, memo! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta...
- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?
- E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?
- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?
- Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!
- Mole e redondo, com bouquet forte?
- Agora, ocê pulô o corguim! E é um... e é dois... e é treis! Num corre, não, fiodaputa! Vorta aqui que eu te arrebento, sua bicha fedorenta!...

Luiz Fernando Veríssimo

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Uma blitz na perna do Y.

Eu nao sou de puxar o saco das forças da lei e da ordem, mas desta vez tenho de parabenizar a PM-BA pelo espirito libertário de uma ação que está em curso neste momento.

Na Avenida Centenário, no sentido Garibaldi-Barra, está a decorrer uma operação policial que chamarei de "blitz na perna do Y". Infelizmente nao sou versado em taticas policiais, o que explica esta denominação esquisita, provavelmente incorreta.

A polícia montou uma "barreira" a aproximadamente 100 m do HABIB'S, imediatamente antes da interseção com a rua Deocleciano Barreto (em amarelo no mapa). Trata-se precisamente da perna direita da bifurcação que transforma a avenida em 2 vias: a que dá acesso ao Jardim Brasil (Shopping Barra), e a que dá acesso à orla (Av. Oceânica).

Cabe salientar que antes da referida bifurcação há uma via que conduz à rua Deocleciano Barreto. Assim, um motorista que não esteja com documentos em ordem, ou tenha furtado um veículo, ou esteja portando uma arma, ou tenha raptado alguém, ou tenha praticado um assalto e esteja em fuga, ou inexplicavelmente deseje abrir mão do inenarrável prazer de interagir com agentes da lei, tem 2 alternativas pra evitar a "barreira", pois esta é perfeitamente visível de uma distancia segura.

Autogestão.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Elogio da tolice

Os outros irmãos são incapazes de frases brilhantes, por isso vamos ficando com as tiradas de Ivan:

"(...) quanto mais banal se é, quanto mais perto da verdade se fica, mais clareza se consegue. A tolice é concisa e não tem astúcias, enquanto que a inteligência manobra e se esconde. A inteligência é desleal, a tolice é franca e honesta."

Ivan Karamazov

Misantropo, eu? (2)

"Nunca fui capaz de compreender como é que podemos amar nosso próximo. É precisamente o próximo, na minha opinião, que nos é impossível amar; no máximo pode-se amar o 'distante'."

Ivan Karamazov

A moda é cada um que faz.

Gilmar e eu fomos visitar minha mãe no hospital. Ele foi barrado por estar vestindo uma calça "capri", naquele momento considerada um bermudão. O funcionário da portaria é um cara simpático, atencioso, zeloso, etc. Ele estava cumprindo uma norma. Compreendemos.

Entrei, Gil ficou na portaria. Passados alguns minutos, chegou Gilmar. Ele havia conseguido entrar, após ter providenciado um complemento para a calça, complemento este feito com sacos plásticos novos e fita adesiva recém-adquirida num supermercado próximo.

A enfermeira que estava cuidando de minha mãe considerou a solução inteligente, mas salientou que ele não estava "gatinho".

Na saída, brincamos com o funcionário da portaria, e agradecemos. Este declarou que "a moda é cada um que faz".

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Espairecendo.

"
M - Aonde você vai?

H - Vou sair um pouco.

M - Vai de carro?

H - Sim.

M - Tem gasolina?

H - Sim... coloquei.

M - Vai demorar?

H - Não... coisa de uma hora.

M - Vai a algum lugar específico?

H - Não... só rodar por aí.

M- Não prefere ir a pé?

H - Não... vou de carro.

M - Traz um sorvete pra mim!

H - Trago. Que sabor?

M - Manga.

H - OK... na volta eu passo e compro.

M - Na volta?

H - Sim... senão derrete.

M - Passa lá, compra, e deixa aqui.

H - Não... melhor não! Na volta... é rápido!

M - Ahhhhh!

H - Quando eu voltar eu tomo com você!

M - Mas você não gosta de manga!

H - Eu compro outro... de outro sabor.

M - Aí fica caro.... traz de cupuaçu!

H - Eu não gosto também.

M - Traz de chocolate... nós dois gostamos.

H - OK! Beijo... volto logo...

M - Ei!

H - O que?

M - Chocolate não... flocos.

H - Não gosto de flocos!

M - Então traz de manga pra mim e o que quiser pra você.

H - Foi o que sugeri desde o começo!

M - Você está sendo irônico?

H - Não... tô não! Vou indo.

M - Vem aqui me dar um beijo de despedida!

H - Querida! Eu volto logo... depois.

M - Depois não.... quero agora!

H - Ta bom! (beijo)

M - Vai com o seu carro ou com o meu?

H - Com o meu.

M - Vai com o meu... tem CD player... o seu não!

H - Não vou ouvir música... vou espairecer...

M - Tá precisando?

H - Não sei... vou ver quando sair!

M - Demora não!

H - É rápido... (abre a porta)

M - Ei!

H - Que foi agora?

M - Nossa! Que grosso! Vai embora!

H - Calma... eu estou tentando sair e não consigo!

M - Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?

H - O que quer dizer?

M - Nada... nada não!

H - Vem cá... acha que estou te traindo?

M - Não... claro que não... mas sabe como é...

H - Como é o quê?

M - Homens...

H - Generalizando ou falando de mim?

M - Generalizando.

H - Então não é meu caso. Você sabe que eu não faria isso!

M - Ta bom... então vai.

H - Vou.

M - Ei!

H - Que foi cacete?

M - Leva o celular, estúpido!

H - Pra quê? Pra você ficar me ligando?

M - Não... caso aconteça algo, você vai estar com o celular...

H - Não... pode deixar...

M - Olha... desculpa pela desconfiança. Estou com saudade... só isso!

H - OK meu amor... desculpe se fui grosso. Eu te amo!

M - Eu também!

M - Posso futricar no seu celular?

H - Pra quê?

M - Sei lá! Joguinho!

H - Você quer meu celular pra jogar?

M - É.

H - Tem certeza?

M - Sim.

H - Liga o computador. Lá tem um monte de joguinhos!

M - Não sei mexer naquela lata velha!

H - Lata velha? Comprei pra gente, mês passado!

M - Ta. Então leva o celular senão eu vou futricar...

H - Pode mexer então. Não tem nada lá mesmo...

M - É?

H - É.

M - Então onde está?

H - O quê?

M - O que deveria estar no celular mas não está...

H - Como?!?

M - Nada! Esquece!

H - Ta nervosa?

M - Não... tô não...

H - Então vou!

M - Ei!

H - Que ééééééé?!?

M - Não quero mais sorvete não!

H - Ah é?

M - É!

H - Então eu também não vou sair mais não!

M - Ah é?

H - É.

M - Oba! Vai ficar comigo?

H - Não. Cansei. Vou dormir!

M - Prefere dormir do que ficar comigo?

H - Não... vou dormir, só isso!

M - Está nervoso?

H - Claro porra!!!

M - Por que você não vai dar uma volta pra espairecer?
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Dura constatação

"
Há problemas que não fazem parte da vida, e sim da luta para alcançar a vida.
"

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Lisboa 2007/2008.

Estou aqui em Lisboa ha quase 1 mês. Passou voando! Nao posto neste blog desde o dia 5/dez, creio. Falta de infra-estrutura.

Quanto à vida real, eu nao estava preparado pro frio, e nao me lembrava como era viver assim. Nao que seja extremamente frio, mas às vezes é bem desagradavel.

Tambem nao estava preparado pra estar longe de Salvador neste final de ano. Tendo chegado aqui no dia 7/dez, depois de 1 ano ausente, estava sem ambiente, em epoca "natalicia".

Vim às pressas, vim por causa de problemas urgentes, nao foi a melhor das motivações.

Lisboa continua a mesma. A estabilidade por aqui é impressionante pra quem vem de uma sociedade cordabambense.

Estou num cyber cafe, nao estou à vontade no momento, vou ficar por aqui. Vou tentar ir postando de vez em quando, e com imagens.

Bom 2008 !