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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ventos de mudança

Quando esteve no Afeganistão, há 10 anos, a repórter Glória Maria constatou que as mulheres caminhavam sempre meio metro atrás dos seus maridos. Estando lá recentemente, ela observou que as mulheres passaram a caminhar à frente dos maridos, a pelo menos cinco metros de distância. Interessada na mudança, a jornalista rapidamente concluiu que importantes conquistas haviam ocorrido. Aproximou-se de uma mulher e disse, deslumbrada: 


- Que maravilha! Antigamente vocês caminhavam atrás de seus maridos, e agoram caminham à frente, gloriosas! Como vocês conquistaram esta vitória?

A mulher afegã respondeu:

- Foram as minas terrestres...



Agradecimentos a Jairo.

A macunaimice nacional

O Brasileiro já gosta de ser retratado, como coletividade, na frase atribuída erradamente ao General de Gaulle no tragicômico episódio da chamada Guerra da Lagosta:


- "O Brasil não é um país sério!"


Ele entende que isso registra e consagra, no plano internacional, a sua filosofia de vida de gozação universal e seu gosto imoderado pelo carnaval que, se dependesse dele, durava o ano inteiro.


Nosso representante em Paris nos anos sessenta, o embaixador Carlos Alves de Souza em suas Memórias esclarece os fatos atribuindo a frase a si próprio, em um momento de justificado mau humor contra a burocracia do Itamarati, e não ao presidente francês.


Mas como ocorre com a maioria das frases históricas, as quais pegam mais pela versão do que pela verdade, o dito ficou e pronto, ninguém o tira mais.


Também Luís XIV nunca disse "O Estado sou eu!" mas fez, o que é pior que dizer. De Gaulle idem: não deu maior confiança ao caso das lagostas da costa brasileira do que ele merecia e ficou com a fama da frase. Pois seja.


Assim se escreve a história, onde também o bom bocado não é para quem faz, mas para quem o come.


O húngaro Peter Kellemen, naturalizado brasileiro, autor menos sério e bem menos citado que o General de Gaulle, produziu por seu turno, lá pela década de sessenta, um livro despretensioso mas bastante lúcido e bem humorado sobre sua pátria adotiva. Intitula-se "Brasil para Principiantes". Naquele depoimento pessoal em tom jocoso, no último capítulo ele como que sintetiza seu julgamento sobre seu próprio país:


"
Quando eu estudava o português surpreendi-me ao constatar que Alemanha, Inglaterra, Rússia eram substantivos "femininos", mas o Brasil era "masculino". Nada mais errado. Se existe no mundo um país com IT, com personalidade, com "sex-appeal", este é o Brasil.



Não deveria ser masculino. O caráter desse país (se é que uma nação pode ter caráter) é igual ao de certa criatura que todos nós já tivemos na vida, alguém cheio de contrastes, beleza, sinceridade, um pouco de infantilidade, mistério, insubmisso, de personalidade marcante. Não tente modificá-lo. É impossível e mesmo desnecessário. Ao contrário, aprenda a gostar de seus contrastes e assim você será mais sábio e muito mais feliz.
"



O livro todo é nesse tom de dizer verdades sorrindo. Para seu autor, o Brasil é um país feminino por ser imprevisível e faceiro como mulher bonita.


É o modo dele sentir a macunaimice nacional por intuição, sem antes mesmo de haver lido a rapsódia de Mário de Andrade.


É dessa última obra que colho, à guisa de ilustração para Peter Kellemen, a seguinte vinheta extraída do capítulo X I, A Velha Ceiuci.


"
Todos perguntaram para ele:



- O que foi mesmo que você caçou,  herói.


- Dois viados mateiros. 


Então os criados as cunhãs estudantes empregados-públicos, todos esses vizinhos principiaram rindo dele. Macunaíma sempre aparando o bocal da flautinha. A patroa cruzando os ralhou assim: - Mas, meus cuidados, pra que você fala que foram dois viados e em vez foram dois ratos chamuscados! Macunaíma parou assim os olhos nela e secundou:


- Eu menti.


Todos os vizinhos ficaram com cara de André e cada um foi saindo na maciota. E André era um vizinho que andava sempre . encalistrado. Maanape e Jiguê se olharam, com inveja da inteligência do mano Maanape ainda falou para ele:


- Mas pra que você mentiu, herói?


- Não foi por querer não... Quis contar o que tinha sucedido pra gente e quando reparei estava mentindo...
"

Pois é isso aí, O Mário de Andrade nesse lance disse muito. Intuiu sem analisar, viu sem explicar o comportamento do brasileiro médio.




(SOUZA, Remy deO Complexo de Macunaíma: Elevações sobre o Mau-Caratismo Nacional". Editora CEPA, 1988)



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um empréstimo a Salim

O velho Salim chega ao banco e diz ao gerente:
- Eu quer fazer uma embréstimo.

Surpreso, o gerente pergunta:
- O senhor, seu Salim, querendo um empréstimo! De quanto?

- Uma real.


- Um real? Ah, isso eu mesmo empresto ao senhor!

- Não, não! Eu quer embrestado da banco mesmo!

- Bem, são 12% de juros, para 30 dias...

- Zem broblema! Vai dar uma real e doze zentavos. Onde eu assina?

- Um momento, seu Salim. O banco precisa de uma garantia! Sabe como é, são normas...

- Bode begar meu Mercedes zerinha que tá aí fora. Fica com banco até eu bagar a embréstimo. Ta bom azim?

- Feito!

Chegando em casa, Salim diz para Jamile:

- Bronto, nóis já bode viajar bra Turquia zem breogubazon. Conzegui dexar a Mercedes num garagem do Banco do Brasil bor 30 dias, e eu só vai bagar doze zentavos de estacionamento.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Engenhoso

Isaura foi batizar a a filhinha de um ano. Frei Alberto começou o interrogatório:
- Nome?
- Ambrosina.
- Nome da mãe?
- Isaura, esta que vos fala.
- Pai?
- …
- Ou diz o nome do pai, ou eu não batizo.
- Seu frei, já que o senhor insiste, lá vai: Padre Cirilo.
- Ôxente! Padre Cirilo largou a batina?
- Não, ele segurou com os dentes.



Agradecimentos a Dalvo.

Amar é...


Agradecimentos a Gerson.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Islamismo ou cristianismo?


Um mal-entendido

A filha de um advogado não aparecia em casa havia uns cinco anos. Na sua volta, o pai lhe deu a maior bronca:

- Onde você esteve durante esse tempo todo, desgraçada?!? Por que não escreveu sequer uma notinha dizendo como estava? Por que não telefonou? Você imagina como sua mãe tem sofrido por sua causa?!?

A garota, chorando:

- Pai.... eu virei prostituta...

- O QUÊ?!? Fora daqui! Sem-vergonha! Ordinária! Eu não quero te ver nunca mais!

- Tá bom, papai. Como o senhor quiser... na verdaade eu voltei apenas pra dar este casaco de pele e a escritura da minha mansão do Morumbi pra mamãe, e uma caderneta de poupança com 5 milhões pro Júnior, e pra você, paizinho, este Rolex de ouro puro, aquele BMW 0 km que está ali na porta, e um titulo de sócio vitalí­cio do Country Club. Eu também queria convidar vocês pra passar o reveilllon no meu iate, em Búzios, e...

- Filhinha, você disse que tinha virado o que, mesmo?

- Prostituta, papai.

- Aaaaahhh, booommmm! Que susto você me deu, menina!... Eu tinha entendido "professora substituta"! Vem cá, dá um abraço no papai!