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terça-feira, 31 de março de 2009

Um bom anfitrião

anfitrião 
an.fi.tri.ão
sm (gr Amphitrýon, np) 1 Pessoa que dá ou dirige festa ou banquete. 2 Indivíduo que é alvo de manifestação ou homenagens. 3 Dono da casa. 4 O que paga as despesas de uma festa ou comezaina. (...)


Na mitologia grega, Anfitrião é o marido de Alcmena. Quando Anfitrião e Alcmena eram noivos, e aquele estava ausente guerreando, o escroto do Zeus tomou a forma de Anfitrião e comeu Alcmena. Ao retornar, Anfitrião soube do ocorrido, e quis queimar sua noivinha. Zeus interveio, a moça escapou de virar churrasco, e os noivos casaram-se. Da trepada com o deus nasceu o famoso Hércules. De Anfitrião, Alcmena gerou Íficles. E todos viveram mitologicamente felizes para sempre.



Há quem pense que Anfitrião é manso. Você é um (bom) anfitrião ?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Uma palavra versátil.

Esta versátil palavra pode mesmo ser considerada um curinga da língua
portuguesa, principalmente em Salvador/BA.

Vejam os exemplos a seguir:

1) PORRA pode ser utilizada para várias situações cotianas:
*Se você toma um susto: POOORRA!
*Se você vê um amigo: legal te ver, PORRA ou Você sumiu PORRA!
*Se você adimira algo: POOOORRA!
*Se você está indignado: Que PORRA!
*Como adjetivo: Você é uma PORRA!
*Pra mandar alguém se acalmar: Queta PORRA!
*No diminutivo, pode ser elogio: Gosto muito de você, seu PORRINHA!

2) Como indicação geográfica:
*Onde fica essa PORRA?
*Vá pra PORRA!
*18:00h - vou embora dessa PORRA!

3) Sentido de quantidade:
*Trabalho pra caramba e não ganho PORRA nenhuma!
*Isso é caro pra PORRA!
*Ela mora longe pra PORRA!
*Ela é bonita pra PORRA!

4) Substitui qualquer objeto:
*Não se enxerga PORRA nenhuma!
*Não ganhei PORRA nenhuma de presente!
*Vou "picar" a PORRA!(sinônimo de jogar)
*Deixa essa PORRA ai!

5) Para qualificar determinada ação:
*O Bahia e o Vitória não estão jogando PORRA nenhuma!!!
*Esta cidade tá uma PORRA!
*Para você ter lido até aqui, é sinal que não está fazendo PORRA nenhuma...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Praca cronada.

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Bahia, um estado d´alma.

O jornalista e pesquisador Gutemberg Cruz lançará amanhã, 26 de março, às 18h30, no Espaço Unibanco de Cinema (Galeria do Livro), na Praça Castro Alves, o livro “Bahia, um estado d´alma”.

O lançamento comemora os 460 anos de fundação da cidade de Salvador. A capa e contra capa do livro contam com ilustração do artista gráfico Wilton Bernardo. Na obra, Gutemberg escreve sobre a “terra de todas as belezas” que começou como capital do Atlântico Sul, faz referência aos navegadores, aos cheiros, temperos e aromas exóticos, ao ritmo no sangue dos baianos (“um povo que canta e dança”), aos diversos preceitos na religiosidade, à “Bahia de Oxum, de corpo e alma, feminina”. Em seguida ele descreve as comidas tentadoras do Sul da Bahia, a cultura popular e manifestação folclórica, faz um panorama da cultura popular numa Bahia singular/plural, mostra as trilhas da Chapada Diamantina, as relíquias de guerra, fé e grãos que destacam o oeste e sertão, a Baía de Todos os Santos ao Recôncavo e o turismo no litoral baiano.

(...)

Leia a notícia ali.

Brechó Solidário.

Brechó Solidário inicia troca de produtos.


Com uma proposta de incentivar a economia solidária e o consumo consciente, através da troca de produtos como roupas, brinquedos e utensílios, acontece no próximo dia 9 de maio, no Parque da Cidade, o Brechó Solidário. Ano passado, mais de 2 mil pessoas participaram deste evento, que é uma iniciativa da Unifacs em parceria com Governo do Estado, por meio da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e também das universidades públicas e privadas.


Para participar desta ação, os interessados devem comparecer aos postos de troca do Brechó Solidário 2009, levando algum produto. Não serão aceitos alimentos. Por cada produto entregue, o participante receberá uma moeda social "Grão", que poderá ser usada no dia do evento para aquisição de outras mercadorias.


Os postos de troca dos produtos já estão em funcionamento: na Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) ficam em dois pavimentos: 1º andar (Coordenação de Fomento) e 3º andar (Coordenação de Formação). Ambas ligadas à Sesol - Superintendência de Economia Solidária.


Fora do Centro Administrativo da Bahia (CAB) os interessados devem procurar os postos de troca localizados nos prédios de aula da Unifacs, Uneb, Ufba, Faculdade São Camilo, Fammettig, Faculdade São Camilo, Fama, Nova Acrópole, Universo;  e da Associação Baiana de Mantenedoras de Ensino Superior. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail:aec@unifacs.br ou pelos telefones: 3330.4643 e 3330.4650.


24.03.2009 
Ascom/Setre
 
Lício Ferreira (DRT-Ba 973)

Um presídio no Brasil.







Links:
- CONEXÕES URBANAS ;
- Entrevistas de Cirlene Rocha:
--- ao blog Zonas de Conflito ;
--- ao portal Caruaru360graus .

Um presídio na Áustria.

Fotos de um estabelecimento prisional na cidade de Styria, na Áustria. O complexo abriga o estabelecimento prisional e um tribunal.






terça-feira, 24 de março de 2009

Acesso à água.



Brasil não reconhece o acesso à água como um direito humano. A posição brasileira causou mal-estar diplomático ontem, reta final do 5º Fórum Mundial sobre o recurso, realizado em Istambul, na Turquia. Estados Unidos, França, Egito e Turquia também negaram esse status jurídico ao tema.

A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 22-03-2009.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio da assessoria de imprensa, explicou que o posicionamento foi adotado "para evitar o risco de que a soberania do País sobre o uso desse recurso pudesse ser afetada". Tecnicamente, completa o ministério, a adesão poderia abrir caminho para que outros países se manifestassem sobre a forma como o País controla o uso da água. A decisão não foi bem recebida por Bolívia, Equador, Venezuela e Uruguai.

Embora todos concordem quanto à necessidade de avanços para garantir água potável a suas populações, os diversos documentos propostos no Fórum têm consequências políticas distintas. Entre os países da União Europeia (UE), Holanda, Espanha e Alemanha estão pressionando para que o voto dos membros do bloco defenda a água como um direito humano. Já a França - onde estão sediadas grandes companhias privadas do setor hídrico - prefere manter o atual texto, no qual a água é definida como "uma necessidade básica".

Uma saída para acalmar os países preocupados em assegurar sua soberania sobre a água seria uma declaração no melhor estilo diplomático. Ao mesmo tempo em que "reconheceria o direito ao abastecimento de água e ao saneamento", deixaria explícito que cabe aos países signatários "revisar como (esse direito) pode ser implementado em leis, regulamentações, políticas e práticas nacionais".

NEGLIGÊNCIA

Especialistas denunciaram ontem uma indiferença generalizada diante das graves e persistentes deficiências globais em saneamento básico. O resultado disso, apontam, é a multiplicação, "em um ritmo alarmante", de mortes decorrentes de diarreia.

Conselho Mundial da Água, organizador do fórum de Istambul, estima que o investimento anual em saneamento raramente supera 0,3% do Produto Interno Bruto global.

Sodade.




Ponto de vista.

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segunda-feira, 23 de março de 2009

Citação do dia.

(...)
O que a lagarta chama de "fim do mundo", o mestre chama de "borboleta".

sexta-feira, 20 de março de 2009

O curso das águas


Para Malinoviski

- Desta vez juro.

- Juras mesmo?

- Não estou te dizendo? Não sou homem de ficar jurando aí por qualquer dez mil rés. Juro por tudo o que há de sagrado. Quer mais? 

- Ora, ora... Se não te conhecesse muito bem até mandaria rezar-te uma missa. Desde quando sacralizastes alguma coisa? Não tem jeito, arranja outra que essa não dá. 

- Tudo bem, me deixa ver...(é difícil ter amigos de longas datas, nem uma jurazinha besta você pode fazer!), bom então vamos para o plano material, certo? 

- Tudo bem, o que você oferece para acreditar sua palavra? 

- Não! Você não está entendendo! A palavra não é minha, só quero repassar o que ele me contou! 

- Mesmo assim, conheço sua verve inventiva, suas alucinações e seqüelas neurológicas. Lembro-me muito bem do caso do lobisomem que explicava aquelas lapadas fundas que carregavas nas costas e no pescoço. Achas que acreditei? Nem que a sua mãezinha jurasse por você. Apenas achei distraída, criativa, bem argumentada. Era algo para deixar Guy de Maupassant de cabelos em pé e pensando: “como não pensei nisso antes?”. Agora dizer que acreditei? Nunca, nunquinha, em nenhuma palavrinha, nada. 

- Tudo bem, vamos fazer o seguinte: se for mentira você fica com o meu vinil do Roberto... 

- Qual? 

- É... você sabe muito bem! Aquele que você já me tentou roubar algumas vezes... 

- Eu?! 

- É, sim senhor! Não se faça de cínico... Aquele de 1969 que ele está sentado na areia da praia. 

- Caramba! Então a coisa é séria mesmo. 

- Posso contar agora? 

- Vá lá, olha que se for mentira... 

- Escuta só.

Era um fim de tarde abafado, sabe como é, né? Não era quente como de costume, era abafado, aquele abafado úmido que todos percebem logo que vai “invernar”, vai cair um “toró”, e só nos resta buscar um abrigo e torcer para que não venha com a mudança do vento nordeste para o vento sul.

Fatal, se entrar com o vento sul é chuva para três dias. Vento baixo e água a granel, não há guarda-chuva que resolva, a chuva vem da canela para o pescoço. Segundo Dona Maria, minha (posse consuetudinária soteropolitana) baiana que me alimenta há pelo menos 20 anos, é vento prá “constipiu de pinote”, todo cuidado é pouco, vale até arruda e alho no sutiã. Vixi! É barra pesada.

No boteco que escolhi como abrigo antiaéreo, sentei-me estrategicamente em uma mesa de fundo para fugir da névoa de água que bailava no vento. Era um local bem protegido, pelo menos da água. Antes de continuar te adianto: meu amigo, toda proteção é mera ilusão.

Assim, sentado lá no cantinho, sentindo-me invisível, fiquei confortável ao ponto de pedir algo para beber enquanto esperava uma estiagem para prosseguir meu caminho. Havia passado, no máximo, dez minutos quando se formou um burburinho na porta, todos falavam ao mesmo tempo, a discussão se acalorava rapidamente e quanto mais o clamor das vozes se exaltava mais o balconista alteava o seu hi-fi (rádio para os mais jovens), que berrava uma doce canção do Marcio Greyck:

“Eu me perguntei se esse mundo é o meu/
Não encontro paz e já me cansei.../
Eu só quero amar, não ferir ninguém/
Eu só quero amar, nada mais além...”

De repente ele surgiu lá do burburinho e veio de dedo em riste apontando em minha direção. Nesse momento, lembrei-me do Luiz que sempre me disse que tenho sangue doce prá maluco. Pois, de dedo ainda em riste, decretou: - “Então ele será o juiz da questão”, resistir em levantar a cabeça e constatar que aquele incisivo “ele”, tratava-se na realidade de minha pessoa. Levantei o olhar como quem quer ampliar a miopia, mas não teve jeito. A tribuna estava montada, todos aceitaram de pronto, o veredicto seria meu.

“Preciso crer que se pode achar /
Um lugar de paz nesse mundo mau/
Eu só quero amar, não ferir ninguém/
Eu só quero amor, nada mais além...”

Me deu vontade de entrar no hi-fi e esmurrar o Marcio Greyck. A chuva reduziu, ficou uma garoazinha. Dava perfeitamente para eu seguir meu caminho, mas havia uma pequena multidão (relação população/espaço), entre eu e a porta, que me impedia até de pensar em levantar. O postulante, à verdade postou-se entre a turba de incrédulos e eu, colocou uma garrafa de aguardente em minha mesa com dois copos, acho que seria um para ele e outro para mim, o que foi de imediato protestado por todos: 

- Você está querendo comprar o juiz!

Berravam alucinadamente, era uma contenda séria, não admitia essas nuances duvidosas. Um dos copos foi retirado, percebi rapidamente que havia sido o meu, pois o nosso gladiador urbano apanhou o copo sobrevivente e preencheu-o, por pouco tempo, diga-se de passagem. O balconista desligou o hi-fi, a mão do bardo tocou em meu ombro e disse: - “preste atenção e julgue”. Senti um frio na barriga, julgar? Eu?

Antes de qualquer possibilidade de contestação minha ele começou: 

- “Senhores, vago pelas ruas e incomodo a todos por ser na verdade o alterego que ninguém quer ser. Coloco nas minhas telas as cores que ninguém quer ver. Falo de amor e por isso sou ultrajado, rejeitado, até mesmo evitado e insultado. Essa cidade carcomida de sangue, luxúria e exploração me julga um pária, mas não ousa olhar para si, para suas entranhas”.
Após breve pausa para reencher o copo e esvaziá-lo com segura determinação, prosseguiu: -“Sr. Juiz (falou fitando-me nos olhos), estes homens sem fé não acreditam que sou Jesus! Querem me crucificar... Olhe para mim, olhe para eles e julgue. Não lave as suas mãos”.

O silêncio era total, todos olhavam para mim esperando o veredicto, eu olhava para todos esperando uma intervenção divina. O silêncio era tenso, pesado. Ali se definiria o futuro da humanidade.

O balconista re-ligou o hi-fi e o som encheu o pequeno e lotado salão onde até a pouco pregava o profeta.

"Eu sou terrível e é bom parar
Que desse jeito me provocar
Você não sabe de onde eu venho
O que eu sou , nem o que tenho

Eu sou terrível vou lhe dizer
E ponho mesmo pra derreter
Estou com a razão no que digo
Não tenho medo nem do perigo
Minha caranga é máquina quente

Eu sou terrível e é bom parar
Porque agora vou decolar
Não é preciso nem avião
Eu vôo mesmo aqui do chão

Eu sou terrível vou lhe contar
Não vai ser mole me acompanhar
Garota que andar do meu lado
Vai ver que eu ando mesmo apressado
Minha caranga é máquina quente

Eu sou terrível , eu sou terrível ...
"
(Eu Sou Terrível – Erasmo e Roberto)

Roger Ribeiro.
13 de março 2009.

Malinoviski, um dos melhores artistas plásticos que conheci, era um doidão .... um doidão folclorico do Rio Vermelho, mas quando não bebia, era uma pessoa doce e adorável. Mali faleceu no dia 12 de Março vítima de um atropelo. Mali já se encontrava internado ha dois meses e não resistiu... o Rio Vermelho lamenta a sua morte, o Rio Vermelho agora ficou bem mais careta...

Cássia

quinta-feira, 19 de março de 2009

Humor carioca.

Um desempregado compareceu ao SINE para ver se havia algum emprego para ele. Chegando lá, viu um cartaz escrito "Precisa-se de assistente de ginecologista".

Ele foi ao balcão e perguntou pelo trabalho.
"Pode me dar mais detalhes?"

E o funcionário:

"Sim senhor. O trabalho consiste em aprontar as pacientes para o exame. Você deve ajudá-las a se despir, e cuidadosamente lavar suas partes genitais. Depois você faz a depilação dos pelos púbicos com creme de barbear e uma gilete novinha. Depois esfrega gentilmente óleo de amêndoas doces, de forma a que elas estejam prontas para o ginecologista. O salário mensal é de R$ 4.500 com carteira assinada e demais benefícios. Mas você tem que ir a Nova Iguaçu".

"Puxa, são 60 km do Rio! É lá o local de trabalho?"

"Não, é onde está o fim da fila".

Esporte é cultura - 1.

BAGDÁ (Reuters) - Um torcedor iraquiano assassinou um jogador da "equipe adversária", quando este tentava marcar um gol que empataria uma partida de futebol no minuto final, informou a polícia na segunda-feira.

O crime aconteceu no sábado, em Hilla, 100 km ao sul de Bagdá, durante um jogo entre equipes locais, (...)

"Quando Haider Kadhim (o jogador) estava sozinho com o goleiro e prestes a finalizar, um torcedor atirou nele", disse à Reuters um alto funcionário policial em Hilla, que recusou-se a ser identificado.

"Prendemos o torcedor imediatamente, mas infelizmente o jogador morreu."

Os iraquianos adoram futebol e muitas vezes manifestaram a esperança de que o esporte ajudasse a reconciliar grupos étnicos e seitas beligerantes.

A surpreendente vitória do Iraque na Copa da Ásia 2007 trouxe alegria e unidade à nação destroçada, com xiitas, árabes sunitas e curdos saindo em massa às ruas para comemorar a vitória por 1 a 0 contra a equipe da Arábia Saudita, na final em Jacarta.

(Reportagem de Wisam Mohammed; Escrito por Tim Cocks, editado por Mark Trevelyan. Publicado em http://www.reuters.com/article/oddlyEnoughNews/idUSTRE52G2Z920090317?feedType=nl&feedName=usoddlyenough )




Da série "Esporte é cultura".

sexta-feira, 13 de março de 2009

Terapia de casal.

Marido e mulher, 20 anos de matrimonio, vão ao terapeuta. Quando perguntados sobre os problemas do casal, a mulher adianta-se e faz uma longa lista de queixas: pouca atenção, falta de intimidade, vazio, solidão, não sentir-se amada, não sentir-se desejada, etc.

O terapeuta então levanta-se, aproxima-se da mulher, abraça-a, e beija-a apaixonadamente. O marido observa, desconfiado. A mulher fica muda e meio aturdida...

O terapeuta diz ao marido:
- Isto é o que sua esposa necessita ao menos 3 vezes por semana. É possível fazê-lo?

O marido pensa um pouco, e responde:
- Bem, eu posso trazê-la às segundas e quartas, mas às sextas eu tenho futebol...

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA.

"

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou c om impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.



"




quinta-feira, 12 de março de 2009

Triagem.

"

São Pedro, fazendo a triagem dos candidatos a entrar no céu, perguntou ao primeiro na fila, um americano:
- O que é mole, mas na mão das mulheres fica duro?
O americano pensou e disse:
- Esmalte. 
- Muito bem, pode entrar - disse São Pedro.

Perguntou ao italiano:
- Onde as mulheres têm o cabelo mais enrolado?
O italiano respondeu: 
- Na África. 
- Certo. Pode entrar.

Para o alemão :
- O que as mulheres tem que tem seis letras, começa por B, termina com A, e não sai da cabeça dos homens?
O alemão respondeu:
- A beleza. 
- Certo. Pode entrar.

Para o francês:
- O que as mulheres têm no meio das pernas?
O francês respondeu:
- Os joelhos. 
- Muito bem. Pode entrar também. 

Perguntou ao inglês:
- O que é que a mulher casada tem mais larga que a solteira? 
O inglês respondeu:
- A cama. 
- Ótimo. Pode entrar. 

Ao espanhol:
- O que é redondo, tem duas letras, um furo no meio, começa com C, quem dá fica feliz e quem ganha fica mais feliz ainda? 
O espanhol respondeu:
- CD.
- Certo! Entre também.

O brasileiro virou-se e foi saindo de fininho. São Pedro chamou o cara:
- Ei! Você não vai responder a sua pergunta? 
O brasileiro disse:
- Sem chance. Eu errei todas as anteriores. Pra que lado fica o Inferno?
"

Entrevista com Tom Zé.








Esta entrevista aconteceu em 2000, ou 2001.
"Você se limpa, se liberta, e aí as pessoas o recebem. No Abril Pro-Rock de 1998, eu cantei as mesmas músicas que cantava anos atrás. Tinha 8 mil pessoas. Não mudou o público para me ouvir -'Vem aí Tom Zé, vamos tirar o público e botar intelectuais'-, ficaram os mesmos estudantes, as mesmas empregadas de loja, os mesmos bancários."







República: Uma vez você disse que seu grande sonho era criar uma música que fizesse um bloco sair atrás dançando: Você acha que está mais próximo disso?
Meu sonho agora é tocar na rodoviária e nos bordéis. Eu entro na rodoviária para fazer um daqueles programas que de vez em quando a Rede Globo me leva para fazer lá, Repórter Por Um Dia,e, de repente... " O que é isso que está tocando?”, "É sua música...".


Como a complexidade de seu pensamento pode ser entendida na rodoviária?
Tem de ser reduzida a uma fisionomia tão fluente que possa tocar na rodoviária. Não estou fazendo nenhuma música para gente especial. A gente está se divertindo...


Mas você se diverte lendo Pierre Vernant.
Mas eu não faço música só para quem lê Vernant, faço música para qualquer um.

O que estou dizendo é que a inteligência não é um prazer para todos.
Eu não sou capaz de defender a tese, mas diria que sim. O que aconteceu no Abril Pro‑Rock? O que acontece em São Bemardo, São Caetano, na vila não sei de onde? O povo ficou inteligente ou minha música ficou mais fluente? Eu estou lutando pela fluência. Eu me divirto quando chego perto dessa fisionomia que a gente quer.

Mas você mesmo diz que faz músicas sem tonalidade.
Sim, mas desculpe, isso é uma coisa para a qual eu não tenho jeito, eu não sou bom em tonalidade. É porque eu não tenho jeito, não é porque seja especial. Não quero fazer uma música para ser diferente. Quero ser incluído no meio do povo. Sou um excluído, um acanhado, tímido, que luta para ser incluído.

Você não vê mediocridade no que se faz por aí?
Não, não! Mediocridade do povo? Que frescura é essa?!?

E da classe média?
Vade retro, Satanás! Não está aqui quem fala isso! Nunca! Eu sou um artista que tem a obrigação de conseguir disparar o gatilho da comunicação. Eu não faço música para eleitos.

Nesse novo disco você se aproximou mais de seu objetivo?
Tentei com todo o esforço. Mas só vou saber quando soltar o disco. A gente está com a maior esperança de que esteja mais perto do popular. E que os intelectuais me abandonem, me deixem na miséria, que a USP proíba minha entrada.

Há quem diga que, na verdade, o Napster (programa que permite baixar músicas da Internet com qualidade de CDvai liberar os artistas dos grilhões das gravadoras. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Há uma conhecida falta de ética e de respeito profissional. As gravadoras ficam dispensadas do IPI (Imposto sobre Produtos industrializados) para fazer um disco que seja barato. E elas vendem um CD por vinte e tantos reais. Todo o mundo sabe também que a maioria das gravadoras não presta conta direito do  que vende.

Você é a favor de que se deixem músicas na Internet à disposição de todos?
Não adianta ser a favor nem contra, já estão disponíveis. No Brasil, aliás, isso não vai ser problema, aqui ninguém vive de direitos autorais. No meu caso, a Trama me pagou 8% fielmente pelos direitos de Defeito de Fabricação. Isso, é claro, é uma coisa que pesa no meu orçamento. Mas toda a vida foi assim, a gente tem essa impressão de que estava diante do dilúvio. E, quando passa a crise, toda a sociedade se reequilibra em alguma posição. Sempre vão precisar de mim para fazer a música. Não adianta estar disponível se eu deixar de fazer.

Você teve problemas no passado?
Se tive problema, nem sei, não quero nem saber. Mas, por exemplo, Juca Chaves, quando lutou para que os discos fossem numerados, foi expulso de todas as gravadoras.

Os discos não são numerados?
Não são numerados, nunca foram, nem nunca serão. Teve também o caso do Lobão, que chegou à conclusão de que lucraria mais vendendo seus próprios CDs. É claro que, quando a pessoa dá um passo desses, há um boicote total para que o exemplo não prolifere, um jogo pesado para evitar que ela seja bem-sucedida. Antigamente, tinha escravos e homens livres. Hoje não tem mais homem livre. E, se um de nós fizer uma coisa que realmente ameace o grande senhor do mundo civilizado - quer dizer, sete ou oito grandes empresas -, essa coisa será calada! Qualquer rebelde vai ser amordaçado.

Por quem? Pelo quê?
Não tenha a menor dúvida, não estou inventando nada aqui. São sete grandes firmas que mandam no mundo! Não vamos nem conversar mais sobre isso. Não estamos tratando de nenhuma revolução, não vou virar o mundo pelo avesso. Não tenho idéias para ameaçá-los. Se tivesse, estaria correndo perigo.

Mas suas letras continuam sendo políticas.
Sim, continuam. Mas eu acuso minhas letras políticas de serem inócuas e inocentes.

Se não há esperança de mudar alguma coisa, para que fazer letras políticas?
Tento manter o ser humano vivo na sua parte cerebral. Isso é mais engajado do que a aparência das minhas letras. A minha teimosia, minha empedernida obsessão de inventar sempre uma coisa ligeiramente diferente, no que resulta? Estou com 64 anos e, todos os anos, canto para os calouros. A sociedade precisa de várias coisas. A primeira é a sobrevivência, o alimento. Precisa que as pessoas façam sexo para nascer crianças. Depois precisa de roupa. Lá, muito remotamente, precisa de um pouco de rebeldia. A sociedade não vive sem rebeldia. É uma necessidade mínima, mas existe. Eu atendo a sociedade nessa necessidade de rebeldia. E quem mais precisa de rebeldia? São as pessoas de 15 a 25 anos. Outra coisa curiosa: por que é que os jovens dos Estados Unidos vêm me procurar? O Sean Lennon, o pessoal do Tortoise (banda de Chicago)... Por que essas bandas vêm me procurar? Por causa da rebeldia e porque, de certo modo, eles estão procurando contato com um avô remoto que eu represento. Represento o avô celta deles, a civilização moçárabe, que foi o povo mais culto da humanidade, do século 7 até o 16. Portugal e Espanha, de onde eu advenho, foram educados pelo povo árabe, pelas influências celtas e pelas influências judaicas. Quando eu nasci, numa espécie de armadilha histórica, não nasci neste século nem no Ocidente, nasci em algum lugar do mundo que não é este, que era o Irará da minha infância, onde estava presente a cultura moçárabe, a cultura celta, a canção árabe. () povo do nordeste da Bahia até hoje dança a chegança, uma dança para a expulsão dos árabes. Eu nasci num povo que ficou isolado naquela região do nordeste da Bahia. Ali deixou de ser alfabetizado, ali deixou de comer proteínas. Passamos quatro séculos sem comer proteína. Quando se recebe proteína, o cérebro começa a funcionar e se recorda de que gosta de atividade, de comparar, de observar, de anotar. Tudo isso sem saber mais o alfabeto. Um povo culto escreve seus livros, bota na biblioteca e vai ver televisão! Mas nós, nordestinos, analfabetos, não podíamos botar nossos livros na estante. Então, tínhamos de viver a cultura, de dançar cultura, de falar cultura e de transmitir cultura oralmente, como a Bíblia durante séculos, como a Odisséia, de Homero.

De que forma você, um filho da classe média, se inseria nesse universo mítico?
Na paisagem miserável das catingas, havia segredos esotéricos codificados. Eu nasci nesse mundo. Antes de entrar no Ocidente, onde entrei por meio do alfabeto. eu tinha um mundo com uma concepção geral, redonda, no qual tudo era atendido no ser humano: a necessidade de cultura, a necessidade de trabalho, a necessidade de diversão. Tinha minha língua, minha visão de universo. E um dia passei a ter a segunda, no dia em que aprendi a ler. Depois de alfabetizado, a professora me mandou ler um texto que dizia assim: 'João levantou‑se". O que já me admirou, aquelas palavras podiam indicar que uma pessoa fez isso. Que coisa mágica era aquela? 'Pediu à professora para ir para casa. A professora deu permissão, e ele saiu andando..." Nossa Senhora! Esses sinais aqui estão dizendo que a pessoa caminhou, eu estou vendo a pessoa andar aqui nessas letras! Como é possível isso? É claro que fiquei assombrado, eu, que era um observador: Pensava: “Será que todo o mundo aqui está vendo o que eu estou vendo aqui nesses riscos? Não é possível que esses riscos digam tudo isso!". E foi assim que eu entrei no mundo ocidental, foi nesse dia. Fui para casa e passei a tarde pensando: "Será que isso é mentira?". Duvidei durante muito tempo de que era possível todo o mundo ter a mesma interpretação daqueles sinais que eu tive.

Acredita que o Nordeste da sua época não era Ocidente?
Nisso eu não preciso acreditar. Leia O Homem, a segunda parte de Os Sertões, de Euclydes da Cunha, abra qualquer página de Guimarães Rosa, de qualquer conto dele, que você vê que o Nordeste - e por acaso também os Gerais, onde Rosa viveu, teve a mesma experiência de trabalhar na loja do pai que eu também tive -era outro mundo. Foi na loja do meu pai que aprendi a falar a língua que se fala nos livros dele. Na universidade, uma amiga minha, leda Machado, me disse: "Tom Zé, você anda dizendo que lê Guimarães Rosa? Mentira sua! Você não lê uma palavra daquele livro, aquilo é coisa de intelectual". Fiquei mudo e fui para casa me perguntando: "Quer dizer que a língua da minha infância, do balcão da loja, é a língua de intelectual?". É claro que isso me dá uma certa riqueza interior da qual tenho muito orgulho.

Essa sua imagem do sertão medieval lembra muito a idéia dos armoriais (movimento cultural liderado por Ariano Suassuna que busca as raízesmedievais da cultura do sertão nordestino).
Mas eu sou um apóstata herege e agnóstico, e os armoriais são praticamente presbíteros religiosos e tratam isso como se fosse o sagrado. Eu uso a armorialidade para desrespeitar o mundo moderno, não uso para tentar conservar o mundo armorial. Sou como um louco desvairado que pega uma bomba e sai borrifando todo o mundo de protema. Eu sou um Dom Quixote borrifando a humanidade de proteína.

Você lê muito?
Meus tios queriam fazer os Estados Unidos falir. Por isso, me proibiam, quando criança, de tomar Coca‑Cola e de ler quadrinhos. Era para tomar o refrigerante de lá da Bahia, guaraná Fratelli Vita, para não mandar o dinheiro para os Estados Unidos. E, quanto aos quadrinhos, eles diziam que, quando se vê desenhado, não se treina a imaginação. Isso está provado que é uma tese errada, mas criou o hábito da leitura de livros, que não é um hábito ruim também. Sempre vivi perto de livros. Isso me ajuda a compor. Música não me inspira, me inspiram outras linguagens O Mikhail Bakhtin descobriu uma coisa que ele chamava de dialogia ou polifonia, que depois a crítica de arte, escritora e psicanalista Julia Kristeva, nos anos 60, chamou de intertextualidade, que é a possibilidade de um conjunto de signos que formam uma linguagem, verbal ou não-verbal, ser traduzido em outro conjunto de signos. Isso em semiótica se chama tradução intersemiótica. Eu gosto de trazer uma coisa que foi trabalhada num outro campo de signo para a música.

Você passou a beber Coca-Cola depois que saiu da casa de seus tios?
Eu me lembro do dia em que tomei a primeira Coca-Cola. Foi numa festa em Irará, era uma novidade; vinham aqueles engradados, não se sabe de onde, e serviam Coca-Cola a 20 reais, cruzeiros ou o que seja, quente. Eu tomei duas.

Com essa educação antiamericana, como você entrou em contato com o rock'n'roll, que é uma influência clara, principalmente nas músicas do início de sua carreira?
Um dia, em 1956, matei a aula e entrei no cinema Excelsior, na praça da Sé, em Salvador. Começou um filme, que eu não sei qual é o nome, no qual Bill Haley abria cantando Rock Around the Clock. Nossa!, eu chorei naquela cadeira, estremeci, era uma coisa igual à Fonte da Nação, que eu vi em Irará quando era criança. Aquele espetáculo das pessoas todas lavando roupas ali embaixo. Um gramado extenso do lado direito, onde todas as roupas da cidade estavam estendidas, todas aquelas cores. Os aguadeiros iam lá pegar água. Era água de beber e cozinhar. E as lavadeiras da cidade lavavam roupa ali embaixo. Quando eu vi essa loucura, fiquei ali alumbrado. Aquela luminosidade do Nordeste, que deixa tudo ser visto com grande clareza. E aquilo tinha som - "Meu divino São José..." -, aquelas mulheres com aquela voz muito aguda -'A mulher do cego morreu..." -, e os homens todos cantando junto, aquelas vozes muito fanhosas. A primeira vez que ouvi Rock around the Clock pode se comparar a isso. Essas inaugurações...

Com o avanço do tempo, a gente ainda passa por essas inaugurações?
Ah, passa.

Qual foi a inauguração mais recente?
A mais recente... Nossa, às vezes, quando a gente consegue chegar perto do sonho que leva para o estúdio... Porque a gente vai para o estúdio com um sonho, com uma música que está na nossa cabeça, aquilo não existe materialmente, só existe platonicamente. Quando você chega perto, você sente algo inesquecível.

Você continua se sentindo o Trotsky do Tropicalismo?
Realmente eu foi o Trotsky dessa história. Em 1968, eu era tropicalista. Quando fez cinco anos, em 1973, era quase tropicalista. Quando fez dez anos, em 1978, quase já não aparecia em nada. Quando fez 15 anos, eu não estava mais, tinha sido varrido de todas as fotografias.

Quem era o Stálin?
Ninguém. Foi a aglutinação natural.

Em seu novo CD há uma música com Capinan. Depois da Tropicália, vocês continuaram trabalhando juntos?
Não, Capinam estava fazendo essa ópera dos 500 anos do descobrimento com Fernando Cerqueira, que foi meu colega de quarto durante o tempo de Universidade da Bahia. Eu fiz apenas uma música, chamada Pericéia. Faz parte da ópera. Sempre encontro com o Capinan, mas não fazemos mais parceria. Nós fizemos uma grande parceria na nossa... infância, digamos assim, em 1962, no Centro Popular de Cultura, o CPC. Na época, eu era contratado do CPC como diretor musical. Ele também era profissional, praticamente. Quando tinha uma greve, por exemplo, greve dos bancários, aí o CPC deslocava a mim, a Capinam, para a vigília. A gente fazia teatrinho de cordel, canções para cantar na rua na hora do desfile.

Você era ligado a algum partido?
Nessa época, eu era apenas contratado do CPC. Mas fui do PC em Irará. A cúpula do PC de Irará era eu, o delegado Raul Cruz e o dono do jogo do bicho, João Pechincha. Um dia, o Raul e o João disseram: "Estamos cansados de ver a cara do companheiro Tom Zé. Queremos ver gente nova”. Eu pensei: "Quem será que não tem namorada para entrar para o PC? Vou chamar o Aristeu". Então, o Aristeu entrou para o partido. Depois estoura a revolução, eu já tinha saído do partido, e não é que Aristeu continuou! Comecei a me arrepender, por que fui meter esse rapaz nesse bolo?!". Chegava o companheiro Aristeu com folhetos de passeatas. Que diabo! Naquele tempo tudo era motivo para prender qualquer pessoa. Que sentimento de culpa! Aquilo já não tinha mais tamanho em meu coração, até que um dia chegou uma pessoa no restaurante e disse: "Soube do companheiro Aristeu?". Eu falei: "Foi preso e se f..!". "Não, traiu o partido e denunciou todo o mundo". Eu falei: "Graças a Deus!". Anos depois, o PC do B de Vitória do Espírito Santo caiu de amores por mim, sem mais nem menos. Isso depois de 1975. Eu participei em Vitória do Espírito Santo da Semana da Albânia. É o caso de perguntar se a Albânia pode fazer semana em algum lugar, Semana Cultural da Albânia em Vitória do Espírito Santo. Eu participei, fui cantar e ganhei um dinheirinho. Todos sabem que transitar no PCB e no PC do B era muito difícil, porque os dois eram os inimigos mais figadais que se possa imaginar, e eu consegui essa isenção.