segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Poema do dia
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A criação da xoxota
Sete bons homens de fino saber
criaram a xoxota, como pode se ver:
Chegando na frente, veio um açougueiro
com faca afiada deu talho certeiro
Um bom marceneiro, com dedicação
fez furo no centro com malho e formão
Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno
forrou com veludo o lado interno
Um bom caçador, chegando na hora
forrou com raposa, a parte de fora
Em quinto chegou, sagaz pescador
esfregando um peixe, deu-lhe o odor
Em sexto, o bom padre da igreja daqui
benzeu-a dizendo: 'É só pra xixi !'
Por fim o marujo, zarolho e perneta
chupou-a, fodeu-a e chamou-a...
buceta !
"
(Mário Quintana)
A criação da xoxota
Sete bons homens de fino saber
criaram a xoxota, como pode se ver:
Chegando na frente, veio um açougueiro
com faca afiada deu talho certeiro
Um bom marceneiro, com dedicação
fez furo no centro com malho e formão
Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno
forrou com veludo o lado interno
Um bom caçador, chegando na hora
forrou com raposa, a parte de fora
Em quinto chegou, sagaz pescador
esfregando um peixe, deu-lhe o odor
Em sexto, o bom padre da igreja daqui
benzeu-a dizendo: 'É só pra xixi !'
Por fim o marujo, zarolho e perneta
chupou-a, fodeu-a e chamou-a...
buceta !
"
(Mário Quintana)
Imagens no topo
Informações a respeito das imagens que aparecem no topo da página podem ser encontradas nos comentários deste post. Atenção à data do comentário. A imagem que está no topo normalmente corresponde ao meu comentário mais recente. Tal comentário aparecerá no final da lista.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Os pecados do Haiti
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- Eduardo Galeano
Leia o artigo ali (http://resistir.info/galeano/haiti_18jan10.html).
Agradecimentos a Augusto.
A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.
"- Eduardo Galeano
Leia o artigo ali (http://resistir.info/galeano/haiti_18jan10.html).
Agradecimentos a Augusto.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Citação do dia
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Estatística é a arte de torturar números até que eles confessem qualquer coisa.
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Estatística é a arte de torturar números até que eles confessem qualquer coisa.
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Ponte Salvador-Itaparica
O cartoon é uma previsão da situação numa possível ponte Salvador-Itaparica, no dia seguinte à sua inauguração. Foi originalmente publicada no jornal A TARDE, há alguns anos. É novamente atual.
CLIQUE NA IMAGEM PRA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR
João Ubaldo não acha o assunto engraçado:
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Como todos os anos, vim a Itaparica, para passar meu aniversário em minha terra, na casa onde nasci. Casa de meu avô, coronel Ubaldo Osório, que fez pouco mais na vida que amar e defender a ilha e seu povo. De lá para cá, muito se tem perpetrado para destruí-los física ou culturalmente e há nova tentativa em curso. Trata-se da anunciada construção de uma ponte de Salvador para cá. Isso é qualificado, por seus idealizadores, de progresso.
Conheço esse progresso. É o progresso que acabou com o comércio local; que extinguiu os saveiros que faziam cabotagem no Recôncavo; que ao fim dos saveiros juntou o desaparecimento dos marinheiros, dos carpinas, dos fabricantes de velas e toda a economia em torno deles; que vem transformando as cidades brasileiras, inclusive e marcadamente Salvador, em agregados modernosos de condomínios e shoppings acuados pela violência criminosa que se alastra por onde quer que estejamos enfurnados, ilhas das quais só se sai de automóvel, entre avenidas áridas e desertas de gente.
Também conheço os argumentos farisaicos dos proponentes da ponte, ávidos sacerdotes de Mamon, autoungidos como empresários socialmente responsáveis. Na verdade, sabem os menos ingênuos, eles se baseiam em premissas inaceitáveis, tais como uma visão imediatista, materialista e comprometida irrestritamente não só com o capital especulativo, que já está pondo as mangas de fora no Recôncavo, como aquele que investe aqui usando os mesmos padrões aplicados em Pago-Pago ou na Jamaica. A cultura e a especificidade locais são violentadas e prostituídas e o progresso chega através do abastardamento de toda a verdadeira riqueza das populações assim atingidas.
As estatísticas são outro instrumento desses filibusteiros do progresso que em nosso meio abundam, entre concorrências públicas fajutas, superfaturamentos, jogadas imobiliárias e desvios de verbas. Mas essas estatísticas, mesmo quando fiéis aos dados coligidos, também padecem de pressupostos questionáveis. Trazem à mente o que alguém já disse sobre a estatística, definindo-a como a arte de torturar números até que eles confessem qualquer coisa. E confessarão, é claro, pois Mamon é forte e sempre esteve na crista da onda.
Mas não mostrarão que esse progresso é na verdade uma face de nosso atraso. Atraso que transmutará Itaparica num ponto de autopista, entre resorts, campos de golfe e condomínios de veranistas, uma patética Miami de pobre. E que, em lugar de valorizar o nosso turismo, padroniza-o e esteriliza-o, matando ao mesmo tempo, por economicamente inviável, toda a riqueza de nossa cultura e nossa História. Quem não é atrasado sabe disso. Para não cometer esse tipo de atentado é que, em Paris, por exemplo, não se permite a abertura de shoppings onde isso possa ferir o comércio de rua tradicional.
Tampouco, em Veneza, as gôndolas foram substituídos por modernas lanchas. Num país não submetido a esse estupro sócio-econômico e cultural, os saveiros seriam subsidiados, as antigas profissões, o artesanato e o pequeno comércio também. Exercendo a vocação turística de toda a região, teríamos razão em nos mostrar com tanto orgulho quanto um europeu se mostra a nós. Mas nosso destino parece ser acentuar infinitamente a visão que enxerga em nós um país de drinques imitando jardins, danças primitivas, pouca roupa e nativas fáceis.
Adeus, Itaparica do meu coração, adeus, raízes que restarão somente num muro despencado ou outro, no gorgeio aflito de um sabiá sobrevivente, no adro de alguma igrejinha venerável por milagre preservada, na fala, daqui a pouco perdida, de meus conterrâneos da contracosta. Sei em que conta me terão os que querem a ponte e não têm como dizer que só estão mesmo é a fim de grana, venha ela de onde vier e como vier. Conheço os polissílabos altissonantes que empregam, sei da sintaxe americanalhada em que suas exposições são redigidas e provavelmente pensadas, como convém a bons colonizados, já ouvi todos os verbos terminados em "izar" com que julgam dar autoridade a seu discurso. É bem possível que a ponte seja mesmo construída, mas, pelo menos, não traio meu velho avô.
Conheço esse progresso. É o progresso que acabou com o comércio local; que extinguiu os saveiros que faziam cabotagem no Recôncavo; que ao fim dos saveiros juntou o desaparecimento dos marinheiros, dos carpinas, dos fabricantes de velas e toda a economia em torno deles; que vem transformando as cidades brasileiras, inclusive e marcadamente Salvador, em agregados modernosos de condomínios e shoppings acuados pela violência criminosa que se alastra por onde quer que estejamos enfurnados, ilhas das quais só se sai de automóvel, entre avenidas áridas e desertas de gente.
Também conheço os argumentos farisaicos dos proponentes da ponte, ávidos sacerdotes de Mamon, autoungidos como empresários socialmente responsáveis. Na verdade, sabem os menos ingênuos, eles se baseiam em premissas inaceitáveis, tais como uma visão imediatista, materialista e comprometida irrestritamente não só com o capital especulativo, que já está pondo as mangas de fora no Recôncavo, como aquele que investe aqui usando os mesmos padrões aplicados em Pago-Pago ou na Jamaica. A cultura e a especificidade locais são violentadas e prostituídas e o progresso chega através do abastardamento de toda a verdadeira riqueza das populações assim atingidas.
As estatísticas são outro instrumento desses filibusteiros do progresso que em nosso meio abundam, entre concorrências públicas fajutas, superfaturamentos, jogadas imobiliárias e desvios de verbas. Mas essas estatísticas, mesmo quando fiéis aos dados coligidos, também padecem de pressupostos questionáveis. Trazem à mente o que alguém já disse sobre a estatística, definindo-a como a arte de torturar números até que eles confessem qualquer coisa. E confessarão, é claro, pois Mamon é forte e sempre esteve na crista da onda.
Mas não mostrarão que esse progresso é na verdade uma face de nosso atraso. Atraso que transmutará Itaparica num ponto de autopista, entre resorts, campos de golfe e condomínios de veranistas, uma patética Miami de pobre. E que, em lugar de valorizar o nosso turismo, padroniza-o e esteriliza-o, matando ao mesmo tempo, por economicamente inviável, toda a riqueza de nossa cultura e nossa História. Quem não é atrasado sabe disso. Para não cometer esse tipo de atentado é que, em Paris, por exemplo, não se permite a abertura de shoppings onde isso possa ferir o comércio de rua tradicional.
Tampouco, em Veneza, as gôndolas foram substituídos por modernas lanchas. Num país não submetido a esse estupro sócio-econômico e cultural, os saveiros seriam subsidiados, as antigas profissões, o artesanato e o pequeno comércio também. Exercendo a vocação turística de toda a região, teríamos razão em nos mostrar com tanto orgulho quanto um europeu se mostra a nós. Mas nosso destino parece ser acentuar infinitamente a visão que enxerga em nós um país de drinques imitando jardins, danças primitivas, pouca roupa e nativas fáceis.
Adeus, Itaparica do meu coração, adeus, raízes que restarão somente num muro despencado ou outro, no gorgeio aflito de um sabiá sobrevivente, no adro de alguma igrejinha venerável por milagre preservada, na fala, daqui a pouco perdida, de meus conterrâneos da contracosta. Sei em que conta me terão os que querem a ponte e não têm como dizer que só estão mesmo é a fim de grana, venha ela de onde vier e como vier. Conheço os polissílabos altissonantes que empregam, sei da sintaxe americanalhada em que suas exposições são redigidas e provavelmente pensadas, como convém a bons colonizados, já ouvi todos os verbos terminados em "izar" com que julgam dar autoridade a seu discurso. É bem possível que a ponte seja mesmo construída, mas, pelo menos, não traio meu velho avô.
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Segurança e pneus
Os pneus que mais influenciam a estabilidade do carro são os traseiros, não importando se a tração é dianteira ou traseira.
Agradecimentos a Rita.
Agradecimentos a Rita.
O raio da morte
A tecnologia dá mais um passo no combate à malária. A idéia de Nathan Myhrvold, da Intellectual Ventures Lab, é matar mosquitas com lasers. Leia a este respeito ali.
O vídeo baixo mostra a solução em ação. Em tempo real, cada segmento dura aproximadamente 0,1 s (um décimo de segundo).
O vídeo baixo mostra a solução em ação. Em tempo real, cada segmento dura aproximadamente 0,1 s (um décimo de segundo).
Agradecimentos a Maurício Longo.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Foto no cabeçalho agora
Um grupo de alunas olha para uma escultura intitulada "Wild Man", do escultor australiano Ron Mueck na National Gallery of Victoria, em Melbourne, 10 de fevereiro de 2010.
Foto.
Créditos: Reuters / Mick Tsikas
Foto.
Créditos: Reuters / Mick Tsikas
DESENCAPETAMENTO TOTAL
Peraí... "CISMA QUE FOI VÍTIMA DE TRABALHOS FEITO NA MACUMBA PARA PERDER LICITAÇÃO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL" é específico demais! Estaria o bom pastor querendo fisgar um determinado peixe grande?
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Fatos e Fótons
Brinquedinho novo: absorve a luz solar depois acende sozinho no escuro.
Se você quiser comprar, clique aqui.
Papo Calcinha
Hoje tive conhecimento da existência do programa de TV "Papo Calcinha".
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Citação do dia
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Deixemos o pessimismo para tempos melhores.
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Deixemos o pessimismo para tempos melhores.
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sábado, 6 de fevereiro de 2010
Site do dia
Incluí em "SITES INTERESSANTES" o link "Restaurantes de Salvador". O interessante é a possibilidade de ter acesso a listas de bares e restaurantes por "Especialidade".
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Suspense literário
Prezados leitores do Bolodório:
Contando com a curiosidade natural de vocês, e certo da sua cultura acima da média, proponho a vocês a leitura de um texto e um trabalho de detetive literário.
A leitura é a do texto no link abaixo. E o trabalho de detetive literário, é a de descobrir o estilo de qual grande escritor (e o livro, porque não é para dar moleza, não) o autor do texto se baseou.
Obviamente não darei nenhuma pista, pois com o Google fica tudo mais fácil.
O prêmio e a duração da promoção se encontram ao final do texto.
Boa leitura e boa sorte!!!
Clique aqui.
Contando com a curiosidade natural de vocês, e certo da sua cultura acima da média, proponho a vocês a leitura de um texto e um trabalho de detetive literário.
A leitura é a do texto no link abaixo. E o trabalho de detetive literário, é a de descobrir o estilo de qual grande escritor (e o livro, porque não é para dar moleza, não) o autor do texto se baseou.
Obviamente não darei nenhuma pista, pois com o Google fica tudo mais fácil.
O prêmio e a duração da promoção se encontram ao final do texto.
Boa leitura e boa sorte!!!
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Poema do dia
"
Perguntarão pela tua alma.
A alma que é ternura,
Bondade,
Tristeza,
Amor.
Mas tu mostrarás a curva do teu vôo
Livre, por entre os mundos...
E eles compreenderão que a alma pesa.
Que é um segundo corpo,
E mais amargo,
Porque não se pode mostrar,
Porque ninguem pode ver...
"
Perguntarão pela tua alma.
A alma que é ternura,
Bondade,
Tristeza,
Amor.
Mas tu mostrarás a curva do teu vôo
Livre, por entre os mundos...
E eles compreenderão que a alma pesa.
Que é um segundo corpo,
E mais amargo,
Porque não se pode mostrar,
Porque ninguem pode ver...
"
Vídeo do dia
Uma das formas de não ser mais um na multidão.
Agradecimentos a RitAlmeida.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Mudado... mudando
Ontem, num navegador perto de você, estreou o blog Gutatis Gutandis, do meu querido amigo Carlos Augusto (também conhecido como Carlos, ou Guto).
Depois de ter colaborado com o Bolodório durante mais de 2 anos, (o) Guto iniciou uma jornada pessoal e intransferível que certamente valerá a pena testemunhar.
'brigado, Guto! Te desejo sucesso em mudar o que tem de ser mudado.
Depois de ter colaborado com o Bolodório durante mais de 2 anos, (o) Guto iniciou uma jornada pessoal e intransferível que certamente valerá a pena testemunhar.
'brigado, Guto! Te desejo sucesso em mudar o que tem de ser mudado.
Uma obra de arte
A grande arte tem o poder de cruzar fronteiras, quebrar paradigmas, ampliar limites, romper tabus. Neste blog tenho conseguido não ofender os chamados "valores familiares", mas chega um momento em que simplesmente não dá pra fazer concessões.
Rendí-me aos encantos daquela obra de arte, e gostaria de compartilhá-la com você. Porém, advirto: o link "CONTEÚDO OBSCENO" conduz a uma página cujo conteúdo pode eventualmente ser considerado obsceno. Se você tem menos de 18 anos ou é sensível a este tipo de conteúdo, NÃO clique no link abaixo.
CONTEÚDO OBSCENO (em fonte pequena, pra você não dizer que clicou por engano).
Rendí-me aos encantos daquela obra de arte, e gostaria de compartilhá-la com você. Porém, advirto: o link "CONTEÚDO OBSCENO" conduz a uma página cujo conteúdo pode eventualmente ser considerado obsceno. Se você tem menos de 18 anos ou é sensível a este tipo de conteúdo, NÃO clique no link abaixo.
CONTEÚDO OBSCENO (em fonte pequena, pra você não dizer que clicou por engano).
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