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domingo, 29 de junho de 2008

Motorista seco.

Entrou em vigor a Lei 11.705/08. A nova legislação proíbe qualquer nível de teor alcoólico no sangue.

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O Código de Trânsito Brasileiro sofreu alterações nos artigos 10, 165, 276, 277, 291, 296, 302e 306, abaixo comentados.

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O caput do artigo 165 suprimiu as palavras "física ou psíquica", após "dependência", ampliando a sua significação. A infração permanecesse gravíssima, mas a penalidade que era de multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir, limita a suspensão para 12 meses:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

Na redação original, a condução de veículo automotor por condutor com concentração abaixo de seis decigramas de álcool por litro de sangue era permitida. No entanto, agora vige a tolerância zero, ou seja, não poderá constar qualquer traço de bebida alcoólica no sangue, pois, caso contrário,estará sujeito às penalidades constantes no artigo 165 do CTB.

Ademais, no parágrafo único anterior constava que "o CONTRAN estipulará os índices equivalentes para os demais testes de alcoolemia", mas, para se adequar à redação do caput, passa a determinar o órgão responsável por delimitar margens de tolerância em casos excepcionais:

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

O artigo 277 teve a redação do § 2° alterado e o § 3° acrescido.

Na redação proposta pela Lei nº 11.275/2006, "no caso de de recusa do condutor à realização dos testes, exames e da perícia previstos no caput deste artigo, a infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas pelo agente de trânsito acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor, resultantes do consumo de álcool ou entorpecentes, apresentados pelo condutor".

Com a alteração, é permitido ao agente de trânsito obter a comprovação da ingestão de bebida alcoólica por qualquer prova em direito admitida, "acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor".

Por fim, o § 3° prevê a aplicação de penalidade àquele que se recusar a se submeter a qualquer procedimento previsto para detecção, tais como "testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado".

Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. (Redação dada pela Lei nº 11.275, de 2006)

§ 1° Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos.(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.275, de 2006)

§ 2° A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 3° Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

A Lei nº 11.705/2008 renumerou e alterou a redação do parágrafo único do artigo 291, prevendo hipóteses que excepcionam o crime de trânsito de lesão culposa. No parágrafo seguinte, inserido pela referida lei, as hipóteses supramencionadas vinculam a instauração de inquérito policial para a investigação da infração penal:

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.

Parágrafo único. Aplicam-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, de embriaguez ao volante, e de participação em competição não autorizada o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

§ 1° Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 2° Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

A mudança ocorrida no texto do artigo 296 foi muito sutil, pois alteraram a expressão "poderá aplicar" pelo termo "aplicará". Como conseqüência disso, a aplicação da penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor passa a ser uma obrigação do juiz e não mais uma faculdade:

Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

A nova redação do artigo 306 estipulou sanção mais grave que a prevista no artigo 165 do mesmo diploma legal:

Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

Finalmente, revoga o inciso V do parágrafo único do artigo 302 do CTB e insere o artigo 4°-A na Lei nº 9.294/1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, respectivamente:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

V - estiver sob a influência de álcool ou substância tóxica ou entorpecente de efeitos análogos. (Incluído pela Lei nº 11.275, de 2006) (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)

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(Fonte: JusBrasil Notícias)


sábado, 28 de junho de 2008

Caríssimos parlamentares!

Aqui "caríssimos" não tem o sentido de "queridíssimos"! E obviamente eles não valem quanto pesam...

O estudo considera o custo com despesas dos parlamentares. O pior é quanto esta corja representa em prejuízos ao país e à nação com sua corrupção.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Um telespectador português.

O telespectador tinha uma dúvida, que a apresentadora não esclareceu. Em vez disso, ela preferiu tentar "ouvir opiniões um pouco mais construtivas".




quinta-feira, 26 de junho de 2008

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Resoluções de semestre novo.

Em 1º de janeiro passado a minha única resolução de ano novo foi: não vou mais beber como bebi ontem! A coisa foi tão séria que pra mim a festa acabou por volta das 2 da manhã, enquanto a galera levou até umas 7. Cheguei em casa em segurança porque uma amiga resolveu fazer a primeira boa ação do ano: me levou de táxi até em casa.

O primeiro semestre passou voando, não foi um bom semestre pra mim.

Tenho algumas resoluções de semestre novo. Em relação à minha vida social, resolvi:
- falar e encontrar com pessoas de quem gosto, e com as quais tenho tido pouco contato.
- frequentar locais diferentes dos (dois!) que frequento atualmente.
- estar disponível para encontrar pessoas em horários decentes.

Há outras resoluções, mas não vou me comprometer publicamente agora.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sonho de consumo dos homens.

Nota: Quando publiquei o presente post (e defini o seu título), ele continha apenas a imagem do "controle remoto". Somente depois decidi modificar o post, incluindo a notícia que segue.

ROMA (Reuters) - Um italiano foi detido sob suspeita de ter seqüestrado a ex-namorada, tê-la levado para a casa dele, e tê-la forçado a passar suas roupas e lavar pratos, informou a polícia na segunda-feira passada.

O homem de 43 anos arrastou a mulher de um bar na cidade portuária de Gênova, enfiou-a num carro, e levou-a para a casa dele, onde, depois de ameaçá-la, fez com que ela passasse roupas e lavasse pratos, informou a polícia.

A polícia chegou à casa do homem após ter sido avisada por um(a) amigo(a) da mulher que presenciou a cena no bar.

O homem, que aparentemente estava furioso com a a ex-namorada por tê-lo deixado, foi preso sob acusação de seqüestro, informou a polícia.

(Deepa Babington)



segunda-feira, 16 de junho de 2008

Futebol de areia.

Acho otimo voces irem a estádios, ou passarem horas em bares cheios de homens, ou ficarem em casa hipnotizados em frente à TV. Acho ótimo que vocês consigam arranjar desculpas pra fugir das vossas mulheres, e assim dedicarem-se a atividades inocentes tais como jogar futebol, beber cerveja, ou praticar adultério.

Eu é que não sou um fã de esportes. O problema é comigo, eu sei. Mais um desvio de caráter...

Gosto de assistir competições de elevado nivel técnico. Pode ser futebol, atletismo, ginástica, patinação, tênis, basquete, vôlei, saltos ornamentais, o que for. Em se tratando de futebol, respeitosamente declino se sou convidado a assistir Bahia versus Catuense, mas sou capaz de parar pra ver uma partida entre o Manchester United e o Real Madrid. E consigo me empolgar com a Copa do Mundo.

A Copa é uma competição emocionante. Ali está em jogo o tal do "orgulho nacional". Babaquice, claro, mas nao controlo minhas babaquices, e ainda me arrepio quando toca o hino nacional. Mas só de 4 em 4 anos. Em 2006 a seleção brasileira nao colaborou, mas em 2002 e 98, por exemplo, vivi as competições com grande entusiasmo. Suspeito que o entusiasmo tenha tido muito a ver com a envolvente e pouco com o futebol propriamente dito, mas conta.

O fato é que após anos de desinteresse por futebol, recentemente tornei-me um apreciador do futebol de areia. Note que não foi a seleção brasileira - grande campeã da modalidade - que despertou o meu interesse. Também não teve a ver com as belas e bem frequentadas praias brasileiras. Chamou a minha atenção uma partida ocorrida em Viena, onde a equipe da Áustria venceu a equipe alemã por 10 a 5. Veja as fotos.

A imagem acima nada tem a ver com o texto.








"Supostamente eu deveria agarrar as bolas, mas eu realmente nao faço ideia de como fazer isto", disse a goleira alemã Jana Bach. Consta que nao faltaram voluntarios pra treinar a moça.

Diante da derrota, as alemãs revelaram espírito esportivo, e juntaram-se às suas adversárias num beach club às margens do Danúbio, pra beber uns drinques e dançar. Apesar do caráter amistoso do evento, nao ocorreu a tradicional troca de camisas. Coisas de um esporte realmente arrepiante...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Carregador e carga.

Sexo no confessionário.

ROMA (Reuters) - Um casal italiano que foi apanhado fazendo sexo num confessionário enquanto decorria a missa matinal arrependeu-se e foi perdoado pelo bispo local.

O casal, na casa dos 30 anos, foi detido pela polícia no início deste mês depois de ter feito sexo no confessionário de uma catedral em Cesena. Eles foram advertidos por "atos obscenos em público" e "perturbação de atividade religiosa".

O advogado do casal disse que eles estiveram bebendo durante toda a noite, e que haviam se dado conta que foram longe demais.

O advogado declarou ao jornal local que o casal encontrou-se com o bispo na passada terça-feira à noite, pediu perdão, e foi perdoado.

Na semana passada o bispo celebrou uma "missa de reparação" na catedral onde ocorreu o incidente, com o objetivo de compensar o sacrilégio.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Flávio Gikovate - Entrevista.

Segue entrevista com o psicoterapeuta Flávio Gikovate, publicada na revista VEJA .



VEJA - O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.

VEJA - Ficar sozinho é melhor, então?
Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.

VEJA - Por que os casamentos acabam não dando certo?
Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo.

VEJA - Viver sozinho não seria uma postura muito individualista?
Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.

VEJA - Por que os casamentos normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?
Gikovate - A idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e nós acabamos repetindo o erro deles.

VEJA - Para quem tem filhos não é melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir projetos em comum – e ter filhos é o mais relevantes deles – o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente. Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos, poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.

VEJA - Que conselhos você daria para um jovem que acaba de começar na vida amorosa?
Gikovate - É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.

VEJA - As mulheres são mais ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez, entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão interessadas em ter filhos e independentes economicamente.

VEJA - Como será o amor do futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema nisso.

VEJA - Quando duas pessoas decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?
Gikovate - Não necessariamente elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.

VEJA - É possível ser fiel morando em casas ou cidades diferentes?
Gikovate - A fidelidade ocorre espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça, essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.

VEJA - Com o fim do amor romântico, como fica o sexo?
Gikovate - Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.

VEJA - As desilusões com o primeiro casamento têm ajudado as pessoas a tomar as decisões corretas?
Gikovate - No início da epidemia de divórcios brasileira, na década de 70, as pessoas se separavam e atribuíam o desastre da união a problemas genéricos. Alguns diziam que o amor acabou. Outros, o parceiro era muito chato. Não se davam conta de que as questões eram mais complexas. Então, acabavam se unindo à outras pessoas muito parecidas com as que tinham acabado de descartar. Hoje, os indivíduos estão mais críticos. Aceitam ficar mais tempo sozinhos e fazem autocríticas mais consistentes. Por causa disso, conseguem evoluir emocionalmente e percebem que terão que mudar radicalmente os critérios de escolha do parceiro. Se antes queriam alguém diferente, hoje a tendência é buscarem uma pessoa com afinidades.

VEJA - O senhor já escreveu colunas para jornais, revistas, atuou na televisão e agora tem um programa na rádio. O senhor se considera um marqueteiro?
Gikovate - Sempre gostei de trabalhar com os meios de comunicação. Psicologia não é assunto para especialistas, mas de todo mundo. Faço essas coisas também porque é uma forma de entrar em contato com um público diferente do que eu encontro normalmente. Na rádio, respondo perguntas de gente tacanha, que jamais teriam condição de pagar uma consulta. Estão em um outro patamar financeiro. Mas o que dizem, é ouro puro. As colunas e programas de rádio que eu faço não me trazem clientes. Às vezes, só atrapalham. Em 1982, aceitei trabalhar com o Corinthians. Era a democracia corinthiana. Foi um balde de água fria na clínica. Imagine só, o Corinthians! Não foi o tipo de notícia que meus pacientes gostaram de ouvir. Eu fiquei lá dois anos. Meu pai ficava chocado com essas coisas, porque naquele tempo médico de bom nível não fazia essas coisas. Não estava nem aí. Quando eu me interesso por alguma coisa, eu vou. No mais, se eu fosse um simples marqueteiro, não teria durado 41 anos.

VEJA - Apesar de todo esse tempo de clínica, o senhor atuou sozinho, longe das universidades. Por quê?
Gikovate - O mundo acadêmico está cheio de papagaios, que repetem fórmulas prontas. Citam sempre outros pensadores, mas nunca vão a lugar algum. Não têm coragem para disso. Esse universo, do qual eu acabei me afastando, é extremamente conservador. Não são eles que produzem as novas idéias. Muitos fingem que eu não existo. Diziam à pequena que eu era um cara muito pragmático, que levava em conta muito os resultados, o que é verdade. Os que mais gostam do que eu faço não são da minha área. São os filósofos, como o Renato Janine Ribeiro e a Olgária Matos. De minha parte, eu sempre fugi dos rótulos. Não me inscrevi membro da Sociedade de Psicanálise. Não sou membro de qualquer sociedade dogmática. Não sou sócio de nenhum clube. Sou uma pessoa de mente aberta. Nunca quis discípulos. Os meus discípulos, se um dia existirem, pensarão por conta própria. Se tiverem um monte de opiniões diferentes das minhas, seria ótimo.



Um blog sem conteúdo.

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Se conteúdo fosse importante, eu não gostava tanto de bunda.

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domingo, 8 de junho de 2008

Teste dos 2 bonecos



Preste atenção às reações, expressões e linguagem corporal da última menina. Naquele caso, a pergunta estabelece uma relação explícita entre o boneco e ela:

"- Which doll looks most like you?"

"- Like me?!?"

"- Yes. Which one looks like you?"

"- That one."

"- OK."

"- That doll..."

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Perna, pra que te quero?


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O Diretor da Lemos de Brito, Luciano Patrício, Foi Exonerado do Cargo Provavelmente Por Manter Serviço VIP Pro Hóspede Que é o Substituto de Pitty na Traficagem Baiana e Não Repassar os Lucros Para Alguém...

A operação "Eu Quero É Prova e Um Real de Big Bang", que aconteceu nesta segunda-feira (02), em cumprimento a 26 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão na Penitenciária Lemos Brito, Presídio de Lauro de Freitas e nos bairros da Liberdade, São Caetano, São Cristóvão e Vale das Pedrinhas, resultou na prisão de catorze cidadãos em débito com a sociedade.

O diretor da Penitenciária Lemos Brito, Luciano Patrício, foi expatriado, ou melhor, exonerado do cargo na noite desta segunda. De acordo com Marília Muricy 'Ramalho', da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Patrício pediu 'PPU' (demissão) no último domingo (01), um dia antes do início da operação "Big Bang". Muricy faz questão de ressaltar que o ex-diretor não tem vínculo algum com o desmantelamento do esquema.

Na penitenciária Lemos Brito, o traficante Genilson Lima da Silva , o "Perna" (substituto de Pitty no hit-parade da massa) tinha em sua cela, drogas, dinheiro e a chave da porta. Pra ir bater perna e voltar. Ele também chefiava, lá de dentro, o tráfico de drogas, assaltos e homicídios em Salvador. Tava em casa. Mandando mais que 'Tia Dete'.

Detalhes Tão Pequenos: Só pra cê ter uma idéa: na suíte de Perna, os tiras encontraram R$ 280 mil em espécie, 8 kg de cocaína, duas pistolas, geladeiras duplex, tv de plasma, DVD, laptop, equipamento de ginastica e uma lista com nomes de pessoas que deveriam ser mandadas pra debaixo da terra, incluindo juízes, advogados e jornalistas. Ainda bem que eu não sou nada disso.
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(http://www.oaranha.com.br/naTeiaDoAranha.aspx?id=1459)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Mágica.

"Hanky Panky", por Ursula Martinez. Na minha opinião, um número de mágica muito interessante! Eu gostei de ver.

Após ter assistido o video, uma amiga comentou: "Esconder objetos pequenos, macios e flexíveis é muito fácil; difícil é esconder coisas enormes, duras e pulsantes!"

Eu não entendi o comentário, mas registrei.


A Cidade da Bahia.

Consigo entender a excitação que sente um pesquisador brasileiro que está pela primeira vez na Torre do Tombo ou no Arquivo Nacional. Posso imaginar como é ler escritos de quem viveu outras épocas, e tentar montar "quebra-cabeças históricos" com base em dezenas de relatos pessoais. Quando leio um desses relatos quase consigo ouvir os sons e sentir os cheiros do lugar...

Citei o texto abaixo num outro post, mas logo me ocorreu que ele merece destaque. O autor é um missionário norte-americano. A época: por volta de 1860.

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Depois de três ou quatro dias de viagem, a ponta inferior da ilha de Itaparica, com suas numerosas palmeiras, aparece no horizonte e apenas por um curto espaço de tempo, surge diante dos olhos escondendo o perfil das abóbadas brancas e das torres das igrejas de São Salvador, da Bahia, a segunda cidade do império.


Chegado o vapor fui, por gentileza do senhor Nobre, o guarda-mor, imediatamente levado para a costa no seu escaler oficial. Os muros de uma fortaleza circular que se ergue do fundo das águas, construído pelos holandeses, levantam as suas carrancas sobre a embarcação; enquanto as fortalezas dos mortos dominam o porto e toda a cidade.

Desembarcando na rua da Alfândega, passei pela cidade baixa, com suas ruas estreitas (em alguns trechos existe apenas uma) correndo paralelas com a praia.

Ao longo da rua da Praia estão localizados a Alfândega e o Consulado, pelo qual todos os produtos da região devem passar previamente para serem exportados. Alguns dos trapiches vizinhos são de uma imensa extensão, e dizem figurar entre os maiores do mundo.

Em redor dos desembocadouros, centenas de canoas, lanchas e várias outras pequenas embarcações, descarregam suas cargas de frutos e produtos. Em uma parte da praia está uma larga abertura, que é usada como praça do mercado. Perto deste um belo e moderno edifício espaçoso foi construído para uma Bolsa. Está bem suprido de jornais de todas as partes do mundo, e ocupa ótima posição. As principais casas comerciais situadas na rua Nova do Comércio, compõem o mais belo bloco de edifícios do Brasil, - talvez de toda a América do Sul. Estes edifícios poderiam adornar os bairros comerciais de Londres, Paris ou Nova Iorque.

A cidade baixa não foi calculada para causar uma favorável impressão no estrangeiro. Os altos edifícios são quase todos velhos, embora geralmente apresentando alegres fachadas. As ruas nesse bairo são muito estreitas, desiguais e mal pavimentadas, e por vezes tão imundas quanto as de Nova Iorque. Estão repletas de mendigos e carregadores de todas as espécies. Aqui ficamos informados de uma das peculiaridades da Bahia. Devido às irregularidades de seu terreno e a forte declividade que separa a cidade alta da baixa, não é possível o uso de carruagens de rodas. Nem mesmo um carro ou carretazinha é vista destinada a remover cargas de um lugar para outro. Tudo que requer troca de lugar em todo o comércio e negócios comuns deste porto de mar - e é o segundo em tamanho e importância na América do Sul - deve ser na cabeça e nos ombros dos homens. As cargas são aqui mais comumente carregadas nos ombros, visto que a principal exportação da cidade é açúcar em caixas e algodão em fardos, que é impossível carregar na cabeça como sacas de café.

Grandes quantidades de negros altos e atléticos são vistos movendo-se em pares ou bandos de quatro, seis ou oito, com suas cargas suspensas entre eles por fortes varapaus. A maioria deles é vista sentada em tais varapaus, trançando palha, ou dormindo deitados nos becos e nas esquinas das ruas, lembrando negras serpentes enroladas à luz do sol. Os dorminhocos têm geralmente alguma sentinela pronta para chamá-los quando se precisa dos seus serviços, e ao sinal dado, levantam-se como o elefante para a sua tarefa. Como os carregadores de café do Rio de Janeiro, eles muitas vezes cantam e gritam quando andam; mas o seu modo de andar é necessariamente lento e medido, semelhando antes a uma marcha fúnebre do que o duplo passo apressado dos seus colegas fluminenses. Outra classe de negros se ocupa em carregar passageiros numa espécie de assento tipo sedan denominado "cadeira".

É em verdade um trabalho penoso e algumas vezes perigoso para uma pessoa branca subir a pé as encostas íngremes onde fica a cidade alta, mormente quando os poderosos raios de sol estão dardejando sem dó, sobre a cabeça. Nenhum ônibus ou cabriolé se encontra para fazer o serviço. De acordo com este estado de coisa, o transeunte encontra perto de cada esquina ou ponto de maior freqüência, uma longa fileira de cadeiras acortinadas, cujos portadores, de chapéu na mão, aglomeram-se apressados em volta dele, embora sem as desfaçatez dos condutores de carros da América do Norte, dizendo, "Quer cadeira, senhor?" Depois que fez a sua escolha, e sentou-se à vontade, os condutores levantam a sua carga e marcham, aparentemente tão satisfeitos pela oportunidade de carregar um passageiro, como este com a sorte de ser carregado. Ter uma ou duas cadeiras, e negros para levá-las, é tão necessário à uma família na Bahia, como ter carruagem e cavalos em outro qualquer lugar. O traje dos condutores e o grande custo das cortinas e ornamentos das cadeiras, indicam a categoria e o tom da família que os possui.

Provavelmente os encontrará uma altiva crioula negra mina, que se gaba de ser chamada pelo nome de baiana. Seu turbante, seu xale, seus ornamentos e passo elástico sobre chinelas de salto, mostram uma graça nativa inatingível pela moda moderna.

Sinto não ter nenhum desenho da Bahia tirado de bordo, - pois deste ponto a cidade parece verdadeiramente magnífica em suas proporções; mas a grande gravura feita de um daguerreótipo, dá essa vista da metrópole religiosa do Brasil, estendendo-se em seus morros em forma de terraços em torno de Monserrate. A subida íngreme em que vemos os condutores de cadeiras, é a mesma que Henry Martyn subiu em 1805, tão pitorescamente descrita no diário que foi incorporado às páginas da sua biografia. A cidade baixa, com exceção da rua Nova do Comércio, mudou muito pouco desde a visita desse devotado missionário.

Algumas das ruas que ligam as cidades altas e baixas sofrem um curso em zig-zag ao longo das escarpas, outras cortam elevações quase verticais para evitar, tanto quanto possível, a sua forte declividade. Nem mesmo no alto dessas colunas a superfície é plana. Nem mesmo Roma pode gabar-se de tantos morros como os que aqui se acham reunidos, formando o recinto da Bahia. Sua extensão entre seus limites extremos - Rio Vermelho e Monserrate - é de cerca de seis milhas. A cidade não é em parte alguma larga, e na maior parte é composta apenas de duas outras ruas principais. a direção destas ruas muda com as várias voltas e os ângulos necessários para não abandonar o alto do promontório. Intervalos freqüentes entre as casas construídas ao longo da parte mais alta permitem ver a mais pitoresca vista da baía, de um lado, e do interior do outro. O aspecto da cidade é antigo. Grandes somas têm sido gastas no seu calçamento, - porém tendo mais em vista conservar as ruas contra os danos das chuvas, do que fornecer estradas para qualquer gênero de carruagem. Aqui e ali podem ser vistas antigas fontes de cantaria, situados num vale de maior ou menor profundidade, para servir de ponto de captação para as águas que descem morro abaixo; mas em parte alguma se vê um aqueduto importante, se bem que recentes obras hidráulicas, com motores a vapor fabricados na França, tenham sido realizadas do lado leste do Noviciado, que permitirá um benéfico suprimento de água potável para a cidade alta.

Contemplando a baía vista do teatro (o grande edifício no alto da esplanada) somos levados aos mais primitivos tempos da história colonial do Brasil. O antigo forte arredondado no meio das ondas é um episódio do breve poderio da Holanda nessa porção da América, construção sobre a qual o tempo não fez grandes alterações.
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(KIDDER, Daniel Parish; FLETCHER, James Cooley. O Brasil e os brasileiros; esboço histórico e descritivo.)


REDES-COBRINDO O PELÔ.

Foi lançado no passado dia 20 de maio (eu soube hoje) o concurso REDES-COBRINDO O PELÔ.

Trata-se de um concurso de blogs que tem o mote
“Pelourinho: bom para morar, trabalhar, visitar e frequentar”.

Alguns blogs participantes:
  • http://clickpelo.blogspot.com/
  • http://www.coracaodomundo.blogspot.com/
  • http://passeionopelo.spaceblog.com.br/
  • http://blogdopelo.zip.net/
  • http://vivacidadeviva.blogspot.com/
  • http://pelourinho-ba.blogspot.com/
  • http://alpercatadealgodao.blogspot.com/
As inscrições vão até o dia 20/06/2008. Mais informações em http://www.redescobrindoopelo.blogspot.com/ .

A alma da Cidade da Bahia.

Quando eu soube da exposição A Alma da Bahia fiquei estranhamente interessado. Combinei comigo mesmo que iria vê-la por volta das 17h00, e aproveitaria pra ver o pôr-do-sol de lá do Solar do Unhão. Acordo firmado, incluí o compromisso na agenda. Durante alguns dias li os lembretes diariamente, como faço sempre, mas não perdi a vontade de ver a exposição, como normalmente acontece. Fui no domingo passado.


As imagens são de enorme beleza plástica, mas não é apenas isto. O que impressiona é a maneira como aquelas fotografias captaram e revelam a alma da Cidade da Bahia. Os rostos, a religiosidade, o mistério, os corpos, a luz, as festas, a expressividade, o mar. Foi emocionante.

“Cheguei sozinha, seguindo não sei qual chamado. Não entendia a língua, não conhecia ninguém, não sabia que a noite caía assim tão repentinamente, nem que a África estava tão perto. A atmosfera densa da Bahia me assustou muito naquela primeira noite. Depois me agarrou, me conquistou, e me segurou por anos. Jorge Amado me acolheu com o abraço reservado aos amantes da sua terra e a Festa de Yemanjá chegou a me mostrar o vulto duplo da cidade da Bahia, solar e escuro, vital e misterioso. Com olho apaixonado procurei fotografar aquilo que se vê e o que não se vê da Bahia, aquela coisa inexplicável, mas palpável, que tanto me emocionava.”


Saí de lá me perguntando por que uma italiana, ou um argentino, ou um francês, ou um suíço, conseguem enxergar tão bem a alma desta cidade, apaixonar-se, encantar-se, envolver-se com ela, e nós, soteropolitanos, insistimos em ignorá-la. Certamente a alma de Salvador não está nos points, nos restaurantes sofisticados, nos camarotes, nas baladas, na “gente bonita”. Está nas feiras, mercados, no samba de roda, na sensualidade, nos temperos, nas lotas, no ritmo, na capoeira, nos negros, mestiços, mulatos, na música, na gente simples, nos terreiros de candomblé, nos tambores, na devoção, na fé...

“Com grande respeito, me encaminhei ao centro das cerimônias religiosas vibrantes dos ritmos dos atabaques. Vi os orixás dançarem e, com a permissão de Exú, tive o privilégio de conviver com as mulheres que conhecem seus passos e segredos, para entender e estudar, mas também para, afinal, me encontrar comigo mesma.”


Estamos praticamente cara a cara com Luanda; a Europa e a América do Norte estão muito distantes. Esta terra tropical que já foi de índios é agora povoada por negros e mulatos que se dizem morenos, e controlada por mestiços de diversos matizes que afirmam que são "caucasianos" (oriundos do Cáucaso, suponho).

Somos hipócritas ou realmente acreditamos que somos brancos? Renegar ou rejeitar a negritude é sinal de status, e condição necessária ao “clareamento social”?

Patrizia Giancotti, Carybé, Pierre Verger, Smetak , e tantos outros que não tinham necessidade de fingir-se de brancos puderam abraçar livremente a alma da Cidade da Bahia - negra, pobre, sincrética, esteticamente questionável.

“Bahia, aquela luz, a vitalidade imperiosa da sua gente, santos e orixás que, juntos, exprimem a mais ampla busca do sagrado, são agora para mim, qualquer que seja a minha residência, um ponto fixo e luminoso da geografia interior; uma flecha indicando outro rumo que, ultrapassando o meu olhar de fotógrafa, transformou, naquela encruzilhada de 1983, a minha vida”.

Os trechos citados são da fotógrafa Patrizia Giancotti.

A foto abaixo foi tirada no recinto da exposição por um mestiço descendente de africanos, franceses e portugueses. Quem quiser ver 100 fotos maravilhosas, vá ao MAM até o próximo dia 8 de junho.






segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um conselho Bandeiroso.

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Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
"