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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Juventude e Raça.

O Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo “desenvolve pesquisas na área de saúde, gerando subsídios para as políticas traçadas pela SES. Seu objetivo básico é a reflexão e a análise de questões gerais da saúde coletiva, em especial as necessidades de saúde da população e seus determinantes. Ademais, orienta a execução de ações que permitam elevar a qualidade dos serviços e possibilitem o desenvolvimento de modelos alternativos na organização da atenção à saúde e na capacitação de recursos humanos”. 
No site do instituto estão disponíveis periódicos, livros, manuais, e outros materiais (vídeos, etc.)  
Divulgo o nº 44 do BIS - Boletim do Instituto de Saúde, com o tema Juventude e Raça, disponivel em http://www.isaude.sp.gov.br/smartsitephp/media/isaude/file/bis/44-juventude.pdf .
Também estão disponíveis as seguintes publicações:
- BIS - Boletim do Instituto de Saúde - nº 31 - Raça, Etnia e Saúde.
- Saúde da População Negra no Brasil – FUNASA.
- Seminário - Saúde da População Negra.

Antônio das Mortes.

As minhas primeiras lembranças de cinema tem a ver com as manhãs de domingo em que minha mãe me levava ao Cine Guarani pra ver Tom & Jerry.

Ontem fui ver “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, no Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha, recentemente inaugurado onde outrora foram o Cine Guarani e o Cine Glauber Rocha .

O filme é uma paulada! Tento imaginar como teria sido ver aquilo em 1969, assim como me esforço pra imaginar qual teria sido a minha reação se tivesse ouvido em 1958 a gravação de “Chega de Saudade” (a do compacto de João Gilberto). São exercícios vãos, pois meu ouvido recebeu a Bossa Nova de graça, e o meu olhar foi influenciado por Hollywood...

Porém, consigo entender porque o filme foi tão importante.

Provavelmente tenho perdido ótimos filmes por causa da minha política anti-melancolia.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Caetano e Cascadura



Dá pra se ver que Caetano tá antenado no que anda rolando na cena da musica independente da Bahia e do Brasil.
No seu Blog, ele fez comentários a algumas bandas e elogiou a Banda Cascadura.
Apesar de algumas restrições que tenho sobre algumas posturas e citações de Caetano, eu gostei disso , não só porque ele elogiou uma banda de amigos meus que merecem todo respeito em reconhecimento aos seus 15 anos de batalha, mas porque mostrou que ele não é limitado ao que é tido como a mpb convencional e sim aberto ao novo , ao diferente.
Quem me conhece sabe que o meu tesão é a cena independente mesmo e gostei muito porque além do Cascadura ele ainda citou Rebeca Matta, outra grande artista baiana e mais a banda carioca Do Amor e até Hermes e Renato da MTV ... isso quer dizer que ele anda atualizadíssimo.
Parabéns Caetano !!!!
Vai ai o texto tirado do Blog de Caetano Veloso

CHELPA FERRO E AVA ROCHA

O par de ditongos era irresistível. É fato que fui ver Chelpa Ferro no Casa Grande e Ava Rocha na Cinemathèque. Mas vou começar comentando o show do Do Amor. Também na Cinemathèque, o Do Amor fez um show animadaço. Além de grandes covers do Devo, do Ween e de Pinduca, a banda tocou seu repertório próprio, sempre muito bem, e trocou de figurino três vezes. Eu ia escrever que, para quem pensa que em banda “indie” os caras ficam parados e sérios (aquela marra de “indie”), o Do Amor era um desmentido, mas vi hoje no Youtube uma sátira de Hermes e Renato (muito boa) sobre bandas indies que cantam em inglês e tocam carimbó: deixei pra lá. Mas “Pepeu baixou em mim”, a versão de “Lindo lago do amor” e a “Bicha” de Pinduca seriam exemplos perfeitos. Compadrio e amiguismo à parte, Benjão, Ricardo, Marcelo e Bubu tocam muito. Marcelo estava pra lá de Marraquexe. Ricardo lançou uma voz de criança estrangulada que arrasou. As guitarras eram extremamente precisas. Em meio a uma confusão dos diabos, os caras tocavam com rigor.
Tudo era para parecer travessura de garotos mas o show super bem preparado do Chelpa Ferro tinha mais o espírito de molequeira do que a bagunça do Do Amor. A primeira parte, com Jaques Morelenbaum regendo a colagem de trechos de peças clássicas feita pelos Chelpa não poderia ter parecido molecagem, mas quando os três componentes entraram, por trás de uma tela sobre a qual era projetado um vídeo de visual concretista, a decisão noise se explicitou. Os timbres, seus controles e a relação entre isso e as imagens de detalhes dos aparelhos eram chiques e bem combinados. O volume às vezes passava do suportável, sem nunca fazer dos ruídos musicais meros barulhos desprovidos de discernibilidade. Havia texturas ricas e intrigantes. Mas a reiterada repetição de uma estrutura que consistia em partir do quase vazio até chegar a clímaxes ensurdecedores desanimava o ouvinte de esperar surpresas maiores. Numa terceira ou quarta volta desse esquema, Barrão, Luiz e Serginho pareciam três meninos aprontando. Mas dava gosto ver o acabamento do espetáculo. A colaboração de dois artistas plásticos e um editor de cinema em favor da música tem resultado em arte livre e intensa, sem deixar de parecer a bricadeira de meninos que a deve ter inspirado.
Ava tem uma voz grave. Não de timbre cúprico como a de Bethânia. Nem de timbre limpo e nítido como a de Simone. Nem de timbre cavernoso como a de Ângela Ro Ro. A voz de Ava tem muito ar. Tem grave mais doce do que todas as citadas. Ava apresenta composições suas com parceiros diversos. São canções originais, com letras de beleza difícil. A banda que a acompanha soa bem e os arranjos têm inventividade e equilíbrio. A violoncelista canta com musicalidade mais segura do que a cantora. Isso acontece quando – num número a que a platéia reagiu como a um hit cult – eles apresentam “Pra dizer adeus”, de Edu Lobo e Torquato Neto, em ritmo de marcha-rancho. Ava parece muito amável para ser uma nova moça de voz grave a virar mito na noite. Mas carisma para isso ela tem.
Sou louco pelo Cascadura há anos. Chamava-se Dr. Cascadura. No CD mais recente, “Bogary”, a banda mantém o charme Rolling Stones dos primeiros discos, mas a sonoridade pesada tem textura de Queens of the Stone Age. É muito bem feito. Cascadura é uma banda baiana (merecedora da tradição soteropolitana que vai de Raul Seixas a Pitty) que já existe há anos e que leva quem a ouve a se perguntar por que é que ela não se tornou conhecida como deveria. Fábio canta de um jeito de causar inveja a cantores de rock brasileiros (e latinos em geral): emite a voz como se fosse alguém de língua inglesa e ainda pronuncia as palavras de modo a nos levar a crer tratar-se de um cantor americano. Seu timbre e seu fraseado são tão diferentes dos de Mick Jagger que no tempo em que a banda soava mais como os Stones isso conferia grande originalidade ao som, produzindo uma combinação de base keithrichardiana com canto mais melódico e de sonoridade quase R’n'B. Sob certo ponto de vista, ele é mais musical do que Jagger. Não sei se nos discos antigos eles já usavam auto-tuning como fazem agora. Creio que não. (Estou na Bahia e não sei se deixei o outro disco deles no Rio – quando estava lá não sabia se o tinha deixado aqui.) De todo modo, funciona muito bem com o jeito de Fábio cantar. O produtor andré t (que eu conhecia do disco de Rebeca Matta) participa como músico e deve ter contribuído muito para a criação do som massudo de “Bogary”.
Aqui, embora essa gente toda seja baiana, não há compadrio nem amiguismo: não conheço pessoalmente nenhum deles. Suponho até que seja gente que nem liga para o que eu faço (o que, em muitos casos, é simplesmente ótimo). Fico feliz de poder mencionar esses grandes merecedores de atenção porque assim Glauber Guimarães vê que eu sei que a Bahia não pode nem parecer ser só música de carnaval. Não posso deixar de dizer a Glauber que a partir da faixa “Elnora” comecei a pensar em quão injusto é fingir-se que Lulu Santos é “pop” e que o “verdadeiro” rock brasileiro não lhe deve muito.
Há um erro de português (desses que me incomodam) logo no título de primeira canção do CD do Cascadura: “Se alguém o ver parado” em vez de “Se alguém o vir parado” (ou, em outra aceitável hipótese, “Se alguém o vê parado” – mas a letra da música não autoriza esta última). Não vou encher o saco com meu nhem-nhem-nhem detalhista sobre por que é errado e por que me incomoda. Outro dia. Por ora, basta dizer que há coisas bem bonitas nas letras do Cascadura: “Juntos somos nós // Sós não somos não” (de uma canção que, aliás, eles dedicam a um casal de Porto Alegre, provando que a verdadeira Bahia – do rock – é o Rio Grande do Sul); “Em tua forma sadia escondes de modo eficaz // A fisgada da ferida que me é tão familiar” – este par de versos são da canção “Caim”, que começa assim: “Vou te pôr no meu lugar pra ver como você se sai”.



fonte: http://www.obraemprogresso.com.br/

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Citação do dia.

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Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

As 4 fases da TPM.

TPM é um tema bastante explorado. Uma amiga me enviou o texto que segue, cuja autoria desconheço. Gostei, compartilho.




A fase Meiguinha

A mulher começa a ficar dengosa, grudentinha. Bom sinal? Talvez, se não fosse mais do que o normal. Ela te abraça do nada, fala com aquela vozinha de criança e com todas as palavras no diminutivo. A fase começa chegar ao fim quando ela diz que está com uma vontade absurda de comer chocolate. O que se segue, é uma mudança sutil desse comportamento, aparentemente inofensivo, para um temperamento um pouco mais depressivo.


A fase Sensível

Ela passa a se emocionar com qualquer coisa, desde uma pequena rachadura em forma de gatinho no azulejo em frente à privada, até uma reprise de um documentário sobre a vida e a morte trágica de Lady Di. Esse estágio atinge um nível crítico com uma pergunta que assombra todos os homens, desde os inexperientes até os mais escolados:

- Você acha que eu estou gorda?

Notem que não é uma simples pergunta retórica. Reparem na entonação, na escolha das palavras. O uso de 'estou' ao invés de 'estou ficando', torna a pergunta muito mais explosiva do que possamos imaginar. E esta pergunta, meus amigos, é só o começo da pior fase da TPM. Esta pergunta é a linha divisória entre a fase sensível e uma fase mais irascível.


A fase Explosiva

Meus amigos, esta é a fase mais perigosa da TPM. Há relatos de mulheres que cometeram verdadeiros genocídios nessa fase. Desconfio até que limpezas étnicas tenham sido comandadas por mulheres na TPM. Exagero à parte, realmente essa é a pior fase do ciclo tepeêmico. Você chega na casa dela, ela está de pijama, pantufas e descabelada. A cara não é das melhores quando ela te dá um beijo bem rápido, seco, sem língua. Depois de alguns minutos de silêncio total da parte dela, você percebe que ela está assistindo aquele canal japonês que nem ela nem você sabem o nome. Parece ser uma novela ambientada na era feudal, sem legendas. Então, meio sem graça, sem saber se fez alguma coisa errada, você faz aquela famosa pergunta:

- Tá tudo bem?

A resposta é um simples e seco ‘- Ta', sem olhar na sua cara. Não satisfeito, você emenda um '- Tem certeza?', que é respondido mais friamente com um rosnado baixo e cavernoso '- Teenhoo'. Aí, como somos legais e percebemos que ela não tá muito a fim de papo, deixamos quieto e passamos a tentar acompanhar o que Tanaka está tramando para tentar tirar Kazuke de Joshiro, o galã da novela que...

- Merda, viu?!? - ela rosna de repente.

- Que foi?

A Fase Explosiva acaba de atingir o seu ápice com essa pergunta. Sem querer, acabamos de puxar o gatilho. O que se segue são esporros do tipo:

- Você não liga pra mim! Tá vendo que eu to aqui quase chorando e você nem pergunta o que eu tenho! Mas claro! Você só sabe falar de você mesmo! Ah, o seu dia foi uma merda? O meu também! E nem por isso eu fico aqui me lamuriando com você! E pára de me olhar com essa cara! Essa que você faz, e você sabe que me irrita! Você não sabe! Aquele vestido que você me deu ficou apertado! Aaaai, eu fico looooouca quando essas coisas me acontecem! Você também, não quis ir comigo no shopping trocar essa merda! O pior de tudo é que hoje, quando estava indo para o trabalho, um motoqueiro mexeu comigo e você não fez nada! Pra que serve esse seu Jiu-jitsu? Ah, você não estava comigo? Por que não estava comigo na hora? Tava com alguma vagabunda? Aquela sua colega de trabalho, só pode ser ela. E nem pra me trazer um chocolate! Cala sua boca! Sua voz me irrita! Aliás, vai embora antes que eu faça alguma besteira. Some da minha frente!

Desnorteado, você pede o pinico e sai. Tenta dar um beijinho de boa noite e quase leva uma mordida.


A fase da Cólica

No dia seguinte o telefone toca. É ela, com uma voz chorosa, dizendo que está com uma cólica absurda, de não conseguir nem andar. Você vai à casa dela e ela te recebe dócil, super-amável. Faz uma cara de coitada, como se nada tivesse acontecido na noite anterior, e te pede pra ir à farmácia comprar um Atroveran, Ponstan ou Buscopan pra acabar com a dor dela. Você sai pra comprar o remédio meio aliviado, meio desconfiado 'O que aconteceu?', você se pergunta. 'Tudo bem...' - você pensa - '... acho que ela se livrou do encosto'. Pronto! A paz reina novamente. A cólica dobra (literalmente) a fera, e vocês voltam a ser um casal feliz. Pelo menos pelos próximos 20 dias...

White Trash Christmas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Erotização infantil.

Você acha lindo que sua filhinha use maquiagem? Eu não sou o pai dela, portanto deve ser normal que eu não ache tão bonito.


 






Hoje deparei com o blog da campanha "Diga Não À Erotização Infantil". Divulgo. O "endereço" é http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/ . O blog tem uma amplitude maior, aborda uma série de questões relacionadas a crianças e adolescentes. Os posts que têm a ver com erotização precoce estão em http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/category/erotizacao-precoce/ .

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Há algum tempo, as bandas de axé arrastavam legiões de espectadores com uma mistura de melodias contagiantes, dançarinas com pouquíssima roupa e coreografias sensuais.

Crianças que ainda nem sabiam falar já usavam roupas sensuais e imitavam as famosas coreografias de se abaixar na boca da garrafa ou de remexer a bundinha. Logo depois chegou a mania do funk, cujas letras de música, absolutamente impróprias para crianças, reforçavam a vulgarização do sexo e a banalização da relação afetiva entre homem e mulher. Os programas de auditório, exibidos durante as tardes de domingo, entrevistam modelos que posaram nuas em revistas masculinas. Cenas de sexo em novelas, beijos quentes em propagandas de refrigerante: o sexo é vendido como produto e virou atração indispensável na hipnose exercida pela mídia.

A erotização precoce nada mais é do que um fenômeno gerado pelas situações descritas acima, de acionamento dos impulsos sexuais, muitas vezes de maneira inadequada à idade, conduzindo a criança a entrar no mundo sexual adulto muito cedo, atropelando fases do desenvolvimento e prejudicando o processo de aprendizagem afetiva dos pequenos. Ou seja, a sexualidade, entendida como elemento presente em todos os estágios de desenvolvimento do indivíduo, acaba sendo desviada para o erótico, o excitante, o sensual, quando na realidade deveria ser canalizada para a construção das emoções, das relações sociais, da experimentação de papéis e do desenvolvimento da afetividade.

O fator que mais influencia para que a erotização precoce aconteça é a dinâmica familiar desequilibrada e a falta de limites nas atividades diárias das crianças. A TV (principalmente novelas), a internet, os videogames, as músicas com letras de má qualidade, as propagandas abusivas e a falta de monitoramento por parte dos pais, aliada à ausência de uma noção de lazer mais saudável, mostram uma realidade desastrosa. De acordo com dados do Painel Nacional de Televisão do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), que mede a audiência nas principais capitais brasileiras, em 2005 o brasileiro passou, em média, cinco horas em frente à televisão e as crianças na faixa etária entre 4 e 11 anos, dedicaram 4 horas e 51 minutos diários aos programas televisivos.

Dá para evitar?

Partindo da idéia de que a criança aprende e desenvolve sua personalidade baseada na dinâmica da família, nos exemplos das pessoas de convivência mais próxima e nos limites estabelecidos pelos responsáveis por ela, a tarefa para evitar tal fenômeno é sua, pai e mãe. Culpar a mídia que produz porcarias ou criticar o governo que não controla ou não pune de maneira eficaz os meios de comunicação não são atitudes que promovem mudança. A realidade é outra.Os pais são os únicos que podem estabelecer disciplina e filtrar o que entra em casa e na vida dos filhos. Censurar certos programas de TV, monitorar o uso da internet e selecionar brinquedos podem ajudar, e muito, para uma vida mais tranqüila e menos influenciável.

Além de tudo isso, se cada cidadão emitisse sua opinião enviando cartas ou e-mails para as empresas responsáveis pela veiculação de imagens ou materiais inadequados à criança o combate à erotização precoce seria potencializado. Mas não se esqueça: a melhor ação ainda é o limite estabelecido no lar.

Limites, sim, mas com bom senso

Comece a assistir com olhos críticos aos programas televisivos. Novelas, noticiários e propagandas são fontes perigosas de erotização precoce e violência, criando necessidades e induzindo a comportamentos indesejáveis. Você não precisa proibir a TV. O bom senso deve estar presente nos limites estabelecidos pelos pais. Se o tempo dedicado à televisão está atrapalhando ou superando o tempo de convivência familiar, alguma coisa está errada.Para facilitar o controle do conteúdo ao qual a criança tem acesso, mantenha os televisores e computadores em locais de circulação da casa, jamais no quarto dos filhos.

Mesmo que a internet seja utilizada para pesquisa escolar, a criança não precisa ficar isolada no quarto. Além do acompanhamento constante dos pais, existem ferramentas de filtragem que dificultam o acesso a páginas com conteúdo proibido ou inadequado às crianças. Informe-se sobre isso. Não perca tempo!

É possível programar o computador para desligar em horários estabelecidos pelo usuário. Se você estipular como regra da casa desligar o computador às 20 horas, a máquina fará o serviço sozinha. A famosa frase “só mais um pouquinho” não terá mais sentido e a criança irá aprender a finalizar suas atividades virtuais no horário certo. Descubra formas de lazer alternativas: jogos, passeios, exposições, piqueniques, momentos agradáveis em família.

Não adianta proibir ou diminuir o horário de uso da televisão e internet se você não proporciona outras atividades prazerosas para seu filho. Os pequenos precisam da iniciativa dos pais para descobrir outras formas mais saudáveis de diversão.

Discernimento

Não incentive atitudes erotizadas que a criança venha a reproduzir: danças sensuais, piadas, roupas insinuantes. Tome cuidado com letras de músicas que incentivam a prática da violência, traição, mentira, desvalorização dos sexos, uso de drogas. Diversifique o repertório musical na sua casa e deixe à disposição dos pequenos uma variedade de canções educativas e de músicas de qualidade. Assista a alguns programas junto com seu filho e ajude-o a discernir os aspectos positivos e negativos. Sua criança precisa desenvolver o senso crítico para saber fazer escolhas com autonomia e bom senso.E lembre-se: crianças que convivem com formas de lazer saudáveis e aproveitam o tempo de maneira produtiva dificilmente serão influenciadas a seguir os modelos duvidosos da mídia.

TRIBUNA DO SUDOESTE

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(Transcrito de http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2008/06/21/erotizacao-precoce-o-sexo-como-produto/ )

sábado, 13 de dezembro de 2008

Comer ou não comer.

Comer ou não comer, eis a questão.

Comida me lembra minha amiga Marinete. Ela encara cada refeição como se fosse a sua ultima. É muito provável que muitas vezes ela tenha ficado sem comer decentemente durante dias. Pensando melhor, ela provavelmente foi mal alimentada durante anos. Eu fico impressionado com os pratos que ela faz. São montanhas. E não é só: é também muito pão, muita manteiga, muito açúcar, muito sal, muito tudo. Ela come quando tem oportunidade (e alguma fome), e aparentemente sempre come tanto quanto consegue.

Meu amigo Juninho me aconselhou a servir no máximo 2 colheres de arroz e no máximo 2 colheres de feijão ao "fazer um prato". Tenho feito assim, e estou satisfeito. Não como muito. Infelizmente bebo pouca água, e "merendo" pouco. Quando merendo, como porcarias. Ja consigo comer 1 ou 2 Bonos em vez de 6 ou 7, e ja como 3 tabletinhos de chocolate em vez de comer a barra inteira. Eu não sou guloso. É raro conseguirem me arrastar pra um "rodízio", por exemplo. Sou simpatizante de comer bem e moderadamente.

Recentemente fui jantar na casa de uma amiga, e acabei por recusar uma sobremesa que adoro, simplesmente porque não gostei da maneira como a oferta foi feita.

Desde então tenho pensado que há casos em que não se deve deixar pra comer depois aquilo que se pode comer imediatamente.

Bom apetite!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

O fim da pitada.

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Tabela de equivalências

Quantas vezes você já se deparou com uma receita apetitosa e, na hora de "colocar a mão na massa", viu que não tinha como medir 150 gramas de polvilho ou 15 gramas de açúcar?

Para que isso não aconteça, colocamos abaixo as tabelas de equivalência de ingredientes e de pesos e medidas. Oriente-se.


Pesos e volumes




. pitada = 1/8 de colher de chá
. Algumas gotas = 2 ou 3 gotas
. 1 1itro = 4 copos americanos
 = 1.000 ml

. 1 xícara = 16 colheres sopa = 240 ml
. ¼ de xícara = 4 colheres de sopa
. 1/3 de xícara = 5 colheres de sopa mais 1 colher de chá
. ½ xícara = 8 colheres de sopa
. 1 colher sopa = 3 colheres chá = 15 ml
. 1 colher chá = 1/3 colher sopa = 5 ml Equivalência de Alimentos
. ½ kg maçãs = 3 médias
. ½ kg bananas = 3 médias
. ½ kg morangos = 3 xícaras
. 1 pão de forma de 400g = 22 fatias
. 1 colher sopa = 3 colheres chá = 15 ml
. 1 colher chá = 1/3 colher sopa = 5 ml 

. 120g manteiga ou margarina = ½ xícara


1 xícara de chá

 Ingrediente = Peso


. Açúcar = 160g
. Araruta = 150g
. Arroz cru = 210g
. Amêndoas, nozes, castanhas = 140g
. Aveia = 80g
. Banha = 230g
. Chocolate em pó = 90g
. Coco seco ralado = 80g
. Farinha de mandioca = 150g
. Farinha de rosca = 80g
. Farinha de trigo = 120g
. Fubá = 120g
. Maisena = 150g
. Manteiga = 230g
. Mel = 300g
. Polvilho = 150g
. Queijo ralado = 80g
. Uva Passa = 140g
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Maconha velha

'Tijolo' de erva estava em túmulo de sacerdote na China.

Com cerca de 2.700 anos, maconha ainda manteve princípio ativo.Do G1, em São Paulo Cientistas analisam maconha mais antiga do mundo.Um grupo de cientistas afirma ter encontrado em uma tumba na China o estoque de maconha mais antigo do mundo. O "tijolo" de 789 gramas de Cannabis sativa desidratada tem cerca de 2.700 anos e foi cultivado "para uso psicoativo", de acordo com pesquisa publicada no "Journal of Experimental Botany", da universidade britânica de Oxford.

Segundo os pesquisadores, a erva foi enterrada ao lado do corpo de um homem caucasiano, possivelmente um sacerdote da chamada cultura Gushi, que habitou a região noroeste da China. Graças ao clima árido e solo alcalino, a maconha foi preservada. Após análise cuidadosa, os cientistas concluíram que mesmo após quase três milênios, a erva preservou seu princípio ativo. "Até onde sabemos, essa é a amostra mais antiga que mostra a utilização de canabis como droga", afirma o neurologista Ethan Russo, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores não conseguiram determinar se, à época, a droga era fumada ou ingerida, já que não foram encontrados cachimbos ou outras evidências no túmulo do xamã, que teria morrido com cerca de 45 anos. "Era comum enterrar as pessoas com objetos e mantimentos que poderiam ser utilizados na vida após a morte", explica Russo.


http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL882537-6091,00.html

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

E se Obama fosse africano?

E se Obama fosse africano?


Por Mia Couto 


Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.


Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.


Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.


Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.


E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?


1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.


2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.


3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.


4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).


5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.


6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado- a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.


Inconclusivas conclusões


Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.


Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos. A verdade é que Obama não é africano.


A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.


Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.


No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.


Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.


(Jornal "SAVANA" - 14 de Novembro de 2008)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Equação do dia.

Frustração resulta da diferença entre expectativa e realidade.

sábado, 8 de novembro de 2008

A Flor Máis Grande do Mundo.



“E se as histórias para crianças fossem de leitura obrigatória para os adultos? Seríamos realmente capazes de aprender aquilo que há tanto tempo ensinamos?”

José Saramago

Versão animada do livro infantil de José Saramago A Maior Flor do Mundo. Produzido em 2007, este filme ganhou o prémio de melhor animação do Anchorage Internacional Film Festival e foi nomeado para os Goya deste ano na categoria de melhor curta-metragem. Saramago aparece no filme, como narrador e como personagem.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

SPAM.


Leia a respeito deste sketch ali (em inglês).





Leia a respeito do produto ali (em inglês).

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A prova de captura.

A prova era a esperada final da modalidade "CAPTURA", no campeonato mundial de instituições policiais. Os finalistas eram o FBI, a Scotland Yard e a Polícia Federal do Brasil. Um coelho cinzento seria solto numa floresta, uma área de 100.000 metros quadrados. Cada uma das equipes tentaria encontrar o coelho e trazê-lo de volta. Venceria a equipe que conseguisse capturar o coelho em menos tempo.

A equipe do FBI foi a primeira a tentar. Utilizaram fotos de satélite,  varredura com infra-vermelhos, 11 helicópteros e 103 agentes. Trouxeram o coelho em 16 horas e 14 minutos.

A Scotland Yard foi a segunda. Utilizaram analistas de comportamento cunicular, zoólogos, agentes com óculos de visão noturna, e cães farejadores para determinar a localização aproximada do coelho. Finalmente montaram uma armadilha, onde uma coelha usando um passaporte irlandês falso atraiu o coelho com uma cenoura "batizada" com feromônios. Capturaram o coelho em 14 horas e 23 minutos. Parecia ser um tempo imbatível.

A equipe da nossa valorosa Polícia Federal partiu em direção à floresta em alta velocidade, numa Veraneio 1974 com os paralamas cheios de barro, os 4 pneus carecas, e um pedaço de fio prendendo a tampa traseira. Dos 5 agentes da equipe, 3 estavam com os troncos pra fora das janelas do veículo, e batiam nas portas com revólveres calibre "38", enquanto gritavam bordões em que destacavam-se os palavrões. Voltaram 20 minutos depois, o que fez com que todos ficassem atônitos. Abriram a tampa do camburão, e lá dentro estava um porco-espinho cheio de hematomas, que gritava, apavorado:
- EU CONFESSO! EU SOU O COELHO QUE VOCÊS ESTAVAM PROCURANDO! NÃO ME MATEM!!! EU JURO QUE EU SOU UM COELHO!!!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Citação do dia

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Essa crise na bolsa é pior que divórcio: já perdi metade do meu patrimônio, e minha mulher ainda tá aqui em casa.
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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Provérbio Irlandês

A realidade é um estado alterado de consciência provocado pela ausência de álcool.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Numa estrada da vida.

Reflexão sobre a conjuntura.

O fim de “uma era específica”.

Crise expõe perigo de fortalecimento da direita, diz Hobsbawm.

Hobsbawm comparou atual momento à queda da União Soviética.


O britânico Eric Hobsbawm, considerado um dos historiadores mais influentes do século 20, disse à BBC nesta terça-feira que o maior perigo da atual crise financeira mundial é o fortalecimento da direita.

“A esquerda está virtualmente ausente. Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção – pelo menos eu espero – nos Estados Unidos, será a direita”, disse Hobsbawn, em entrevista à Rádio 4.

O historiador marxista comparou o atual momento “ao dramático colapso da União Soviética” e ao fim de “uma era específica”.

“Agora sabemos que estamos no fim de uma era e não se sabe o que virá pela frente.”

Hobsbawn diz não acreditar que a linguagem marxista, que lhe serviu de norte ao longo de toda sua carreira, será proeminente politicamente, mas intelectualmente, “a análise marxista sobre a forma com a qual o capitalismo opera será verdadeiramente importante”.

Abaixo, os principais trechos da entrevista.

Muitos consideram o que está acontecendo como uma volta ao estadismo e até do socialismo. O senhor concorda?

Bem, certamente estamos vivendo a crise mais grave do capitalismo desde a década de 30. Lembro-me de um título recente do Financial Times que dizia: O capitalismo em convulsão. Há muito tempo não lia um título como esse no FT.

Agora, acredito que esta crise está sendo mais dramática por causa dos mais de 30 anos de uma certa ideologia “teológica” do livre mercado, que todos os governos do Ocidente seguiram.

Porque como Marx, Engels e Schumpter previram, a globalização - que está implícita no capitalismo -, não apenas destrói uma herança de tradição como também é incrivelmente instável: opera por meio de uma série de crises.

E o que está acontecendo agora está sendo reconhecido como o fim de uma era específica. Sem dúvida, a partir de agora falaremos mais de (John Maynard) Keynes e menos de (Milton) Friedman e (Friedrich) Hayek.

Todos concordam que, de uma forma ou de outra, o Estado terá um papel maior na economia daqui por diante.

Qualquer que seja o papel que os governos venham a assumir, será um empreendimento público de ação e iniciativa, que será algo que orientará, organizará e dirigirá também a economia privada. Será muito mais uma economia mista do que tem sido até agora.

Acredito que esta crise está sendo mais dramática por causa dos mais de 30 anos de uma certa ideologia 'teológica' do livre mercado, que todos os governos do Ocidente seguiram.


E em relação ao Estado como redistribuidor? O que tem sido feito até agora parece mais pragmático do que ideológico...

Acho que continuará sendo pragmático. O que tem acontecido nos últimos 30 anos é que o capitalismo global vem operando de uma forma incrivelmente instável, exceto, por várias razões, nos países ocidentais desenvolvidos.

No Brasil, nos anos 80, no México, nos 90, no sudeste asiático e Rússia nos anos 90, e na Argentina em 2000: todos sabiam que estas coisas poderia levar a catástrofes a curto prazo. E para nós isto implicava quedas tremendas do FTSE (índice da bolsa de Londres), mas seis meses depois, recomeçávamos de novo.

Agora, temos os mesmos incentivos que tínhamos nos anos 30: se não fizermos nada, o perigo político e social será profundo e ainda mais depois de tudo, da forma com a qual o capitalismo se reformou durante e depois da guerra sob o princípio de “nunca mais” aos riscos dos anos 30.

O senhor viu esses riscos se tornarem realidade: estava na Alemanha quando Adolf Hitler chegou ao poder. O senhor acredita que algo parecido poderia acontecer como conseqüência dos problemas atuais?

Nos anos 30, o claro efeito político da Grande Depressão a curto prazo foi o fortalecimento da direita. A esquerda não foi forte até a chegada da guerra. Então, eu acredito que este é o principal perigo.

Depois da guerra, a esquerda esteve presente em várias partes da Europa, inclusive na Inglaterra, com o Partido Trabalhista, mas hoje isso já não acontece.

A esquerda está virtualmente ausente, Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção – pelo menos eu espero – nos Estados Unidos, será a direita.

O que vemos agora não é o equivalente à queda da União Soviética para a direita? Os desafios intelectuais que isto implica para o capitalismo e o livre mercado são tão profundos como os desafios enfrentados pela direita em 1989?

Sim, concordo. Acredito que esta crise é equivalente ao dramático colapso da União Soviética. Agora sabemos que acabou uma era. Não sabemos o que virá pela frente.

 A globalização, que está implícita no capitalismo, não apenas destrói uma herança de tradição como também é incrivelmente instável: opera por meio de uma série de crises

Temos um problema intelectual: estávamos acostumados a pensar até então que havia apenas duas alternativas: ou o livre mercado ou o socialismo. Mas, na realidade, há muito poucos exemplos de um caso completo de laboratório de cada uma dessas ideologias.

Então eu acho que teremos de deixar de pensar em uma ou em outra e devemos pensar na natureza da mescla. E principalmente até que ponto esta mistura será motivada pela consciência do modelo socialista e das conseqüências sociais do que está acontecendo.

O senhor acredita que regressaremos à linguagem do marxismo?

Desde a crise dos anos 90, são os homens de negócio que começaram a falar assim: “Bem, Marx predisse esta globalização e podemos pensar que este capitalismo está fundamentado em uma série de crises”.

Não acredito que a linguagem marxista será proeminente politicamente, mas intelectualmente a natureza da análise marxista sobre a forma com a qual o capitalismo opera será verdadeiramente importante.

O senhor sente um pouco recuperado depois de anos em que a opinião intelectual ia de encontro ao que o senhor pensava?

Bem, obviamente há um pouco a sensação de schadenfreude (regozijo pela desgraça alheia).

Sempre dissemos que o capitalismo iria se chocar com suas próprias dificuldades, mas não me sinto recuperado.

O que é certo é que as pessoas descobrirão que de fato o que estava sendo feito não produziu os resultados esperados.

Durante 30 anos os ideólogos disseram que tudo ia dar certo: o livre mercado é lógico e produz crescimento máximo. Sim, diziam que produzia um pouco de desigualdade aqui e ali, mas também não importava muito porque os pobres estavam um pouco mais prósperos.

Agora sabemos que o que aconteceu é que se criaram condições de instabilidades enormes, que criaram condições nas quais a desigualdade afeta não apenas os mais pobres, como também cada vez mais uma grande parte de classe média.

Sobretudo, nos últimos 30 anos, os benefíciários deste grande crescimento têm sido nós, no Ocidente, que vivemos uma vida imensuravelmente superior a qualquer outro lugar do mundo.

E me surpreende muito que o Financial Times diga que o que se espera que aconteça agora é que este novo tipo de globalização controlada beneficie a quem realmente precisa, que se reduza a enorme diferença entre nós, que vivemos como príncipes, e a enorme maioria dos pobres.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Discutindo a relação.

Às vezes é imprescindível discutir a relação.


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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Comunidade orkutiana do dia.

Encosto de Chacrete 

description:
Você sente que purpurinas e paetês tocam profundamente a sua alma??
Ao escutar uma música boa seu primeiro impulso é puxar uma coreografia??
Quando encontra um maiô dourado numa loja do Saara, seus pêlos logo se arrepiam??
No carnaval você sente que tudo isso vem à tona com maior intensidade??
Sejamos sinceras, minha amiga, gatinha, camofa, gata-garota:
Tens um encosto de Chacrete!!!
Só uma Chacrete entende outra. Junte-se a nós nessa saga iê-iê-iê na discoteca.
Vamos resgatar a Teresinha e devolve-la seu cetro de abacaxi e seu trono na cultura popular brasileira.

Da esquerda pra direita: Beth Boné, Rosely Dinamite, Baby, Elza Cobrinha, Rita, Joana, Alice, Pimentinha, Gracinha Copacabana, Fátima Boa-Viagem, Cambalhota e Elvira.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Carlistas genéricos.

Eu não gosto da falácia de que o carlismo já não tem força na Bahia.

"
A Bahia dos carlistas genéricos e lulistas transgênicos

23 de Maio de 2008 às 19:34 (...)
Escrito por Jorge Almeida
21-Mai-2008

A campanha eleitoral de 2008 na Bahia está trazendo um verdadeiro show de coligações cruzadas, onde o único critério é o de supostamente somar votos, não importando programa político nem, muito menos, critérios ideológicos. Um exemplo disso será a eleição para prefeito da capital. O atual prefeito, João Henrique Carneiro, foi eleito em 2004 depois de 8 anos de mandato de Antonio Imbassahy, na época filiado ao PFL carlista. Montou uma imensa coligação, na qual estavam seu partido (na época o PDT), mais PSDB, PT, PCdoB, PSB, PMDB, PTB e muitos outros menores. O fracasso de sua administração, com a consequente queda na avaliação das pesquisas, e a derrota do carlismo nas eleições de 2006 seguida da morte do senador Antonio Carlos Magalhães em 2007, aprofundou a desagregação do carlismo e a confusão no que outrora foi conhecido como anti-carlismo no estado.

Neste quadro, o prefeito João Henrique (agora no PMDB) acabou de selar uma aliança eleitoral com Edvaldo Brito (PTB), em que este será o candidato a vice-prefeito da capital em sua chapa.

Mas quem botou o selo de ouro na aliança foi o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) quando, no ato de lançamento da chapa, numa declaração bombástica, acusou alguns adversários, como Antonio Imbassahy (ex- PFL e agora PSDB), de “carlistas genéricos”, referindo-se aos ex-aliados do senador ACM. Já para o deputado federal ACM Neto (DEM), que também é candidato a prefeito, usou o adjetivo de “carlista verdadeiro”.

Agora, sua coligação está com 8 partidos: PMDB-PTB-PP-PSC-PDT-PRTB-PSL-PHS.

Mas quem são os principais aliados de João Henrique e Geddel?

Edvaldo Brito foi prefeito biônico de Salvador, indicado pela ditadura, quando o seu partido era a Arena. Depois, foi para o PTB, partido que, na Bahia, renasceu em 1979 nas mãos do carlismo. Neste partido, foi candidato a prefeito (derrotado) de Salvador em 1985 coligado ao PDS, que era o herdeiro genético da Arena. Garantindo sua candidatura, estavam o então ministro das Comunicações do governo Sarney, ACM (PDS), e o então governador João Durval Carneiro (PDS). Como se vê, naquela época, eram todos “carlistas verdadeiros”. Depois, Brito foi para São Paulo, sendo secretário da Justiça do prefeito Celso Pitta, um verdadeiro malufista, do PPB, a nova denominação do PDS e da Arena.

O outro partido importante da coligação em Salvador é o PP, ou seja, justamente o novíssimo herdeiro genético da Arena, do PDS e do PPB. Em São Paulo, até hoje malufista. Na Bahia, historicamente “verdadeiro carlista”.

Finalmente, o próprio PMDB, antigamente anti-carlista. Atualmente, abrigo de ex-apoiadores (sinceros e leais ou não) de ACM. Entre eles, o próprio ministro Geddel Vieira Lima (ex-carlista e atual lulista) e o prefeito João Henrique Carneiro (hoje no PMDB). João Henrique é filho do senador João Durval Carneiro (hoje no PDT), irmão do deputado federal Sérgio Carneiro (hoje no PT), cunhado do também deputado federal Sérgio Brito (PDT) e marido da deputada estadual Maria Luíza (PMDB). Como se vê, uma família supra-partidária e, assim como Geddel, todos, na própria linguagem geddeliana, “carlistas genéricos”, ou seja, ex “carlistas verdadeiros”.

Ocorre que, no momento, todos estes “carlistas genéricos” são também “lulistas transgênicos”, pois, como diz o ditado, a carne é fraca e a genética também. Todos são políticos e partidos da base dos governos de Jaques Wagner e Lula da Silva, ambos do PT. E, na Bahia, estão na base até os genéricos tucanos do PSDB – e sem nenhuma reclamação da Executiva Nacional do PT, nem de qualquer de suas tendências internas.

O presidente Lula da Silva já disse que prefere apoiar João Henrique, que está chefiado pelo trator da Transposição do São Francisco, Geddel Vieira Lima. Jaques Wagner, também disse que preferia João Henrique (PMDB) ou mesmo Antonio Imbassahy (PSDB).

Mas, depois de muita indecisão e de ter ficado três anos e quatro meses participando do governo João Henrique, o PT resolveu entregar suas quatro secretarias na prefeitura (inclusive a Secretaria de Governo e a de Saúde) e sair atirando. Atirando no prefeito e caçando aliados onde puder, inclusive no PTB, PP e PR.

Por isso, parece que todas as correntes petistas ficaram sentidas por perder o apoio do genérico Edvaldo Brito, do seu PTB e do PP. Mas eles ainda têm esperanças em se aliançar com o senador César Borges (hoje no PR, depois de ter passado pela Arena, PDS, PFL e DEM). Este, que agora apóia Jacques Wagner, também é carlista. Há dúvidas se “verdadeiro” ou “genérico”. Mas isto não é mais problema. Por um lado, porque ele já foi devidamente transmutado em lulista transgênico. Por outro, depois da mutação do próprio PT, não existem mais barreiras deste tipo.

Talvez Borges acabe apoiando o jovem ACM (DEM, filho do PFL, neto do PDS e bisneto da Arena), “carlista verdadeiro”, mas não se sabe até quando. Afinal, até o velho senador teve seu momento de transgenia lulista.
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Jorge Almeida é professor de Ciência Política da UFBA e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Autor de 'Como vota o brasileiro' e de 'Marketing político, hegemonia e contra-hegemonia'.


(Publicado em http://blog.zequinhabarreto.org.br/2008/05/23/a-bahia-dos-carlistas-genericos-e-lulistas-transgenicos/ )