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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cuide de você.

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Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último email. Ao mesmo tempo, me parecia melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito.


Como você pode ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência. Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a "quarta". Eu mantive o meu compromisso: Há meses deixei de ver as "outras", não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.


Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar novos horizontes e me impede de ser tranqüilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e "generoso", se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu "desassossego" se dissolveria nela para encontrar você. Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar as "outras". E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando.


Jamais menti para você e não é agora que vou começar.


Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que está imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R., ...) e compreensível (obviamente...); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.


Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante de sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de aprender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita.


Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.


Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.


Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Um comentário:

Solte o verbo!