Dentro dessa nova fase que estou vivendo, andei olhando alguns escritos antigos, meio como uma passagem de olhos do que fui, fiz e falhei, para ajudar a fechar este ciclo passado.
Muitos anos atrás eu me envolvi seriamente com uma mulher comprometida, uma história cheias de idas e vindas que um dia publicarei, postumamente. Mas o que quero contar é trivial, mas não deixa de ser interessante. E claro, espero que sirva de exemplo de como a falta de comunicação pode atrapalhar as relações.
Ela havia me convidado para o aniversário dela. Estranho. Ela comprometida e eu convidado: - Não vou! - Mas ele não vai estar lá! - Bem, aí aceito, muito obrigado. Mesmo porque nosso relacionamento na verdade estava em suspenso (Depois ele foi ao chão e se espatifou em milhões de pedaços: em certa madrugada meu excesso de passionalidade, agravado pela ausência de diálogo e turbinado por largas doses de vodca, fizeram com que ela nunca mais falasse comigo).
Mas voltemos à estorinha. Faltando poucos dias para a efeméride, recebo de noite um SMS enigmático: “más notícias”. E mais nada. A noite inteira. Óbvio que pensei em qualquer coisa e em tudo, e no dia seguinte eu já tinha dramatizado a situação a ponto de ser ridículo, e algumas horas depois, me sentir ridículo (há sempre um longo gap temporal entre os dois estados). Mas ela me esclareceu, paciente: o atual tinha deixado de sê-lo, mas mesmo assim ele iria ao aniversário; e eu ainda estava convidado (isto é que é esclarecimento!!!!!)
Enfim, depois da exposição ao ridículo e de estar entendendo ainda menos do que antes do "esclarecimento", tentei bravamente salvar a minha honra com meu mecanismo preferido: o humor. E assim foi meu e-mail de resposta:
“P.,
Obrigado pelo cuidado, consideração e respeito.
Hoje estou muito dramático mesmo, até porque estou sem entender nada desde ontem às 19:12 quando recebi seu torpedo.
Na verdade o que você está me contando era uma das 14.986 hipóteses que eu contemplei, sendo as que eu considerei mais prováveis foram:
- você ia pegar carona em um disco voador que vai para Betelgeuse no domingo, e a festa era de despedida, e não de aniversário;
- você tinha se filiado a uma seita religiosa com suicídio coletivo marcado para a semana que vem;
- gravidez de quadrigêmeos;
O que a falta de informação não faz com as pessoas, hein?
G.”
Claro que não fui ao aniversário.
Pois é "quem não se comunica se entrubica"...
ResponderExcluirMas essa mulher...isso nao eh um ser humano...ela eh jovem? Pois se for, ainda tem que envelhecer muito pra ver se vira gente!
ResponderExcluirA