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terça-feira, 25 de setembro de 2007

Somos uns machinhos otários.

Sempre me comportei como heterossexual. Era a minha primeira vez naquele lugar, levado por um amigo habitué. De repente me vi diante de um par de dignos representantes do sexo masculino, os quais embora nao fossem tipos comuns, eram parecidos: jovens, fortes, negros cabelos longos, penteados elaborados. Ambos estavam descalços, torsos nus, e trajavam tangas com miçangas. Os peitos desenvolvidos destacavam-se nos corpos depilados. Os presentes, homens e mulheres, pareciam ansiosos para ver o que iria acontecer. Estávamos num local amplo, a preocupacao com a higiene era evidente, mas lembro-me de ter pensado que aquele espaço era pequeno demais para aquele par de espécimens.

Os dois estavam frente a frente, e olhavam-se nos olhos. O homem à minha direita, mais alto, parecia estar seguro de si, mas hesitou, desviou o olhar, e afastou-se. O outro seguiu-lhe o exemplo, visivelmente irritado. Cada qual no seu canto, pareceram desabafar com confidentes. Estavam tensos. Suavam. Olharam-se novamente e voltaram para onde haviam estado momentos antes. Agora pareciam decididos, e agiam como machos fanfarroes: gestos largos, ocupando o espaço, marcando territorios. O homem à minha esquerda bateu acintosamente no abdomen. Em resposta, o outro tocou o pênis por sobre a tanga. Achei que eram gestos estudados...

Havia ainda um terceiro homem, que trajava um vestido branco com detalhes em preto, meias brancas, sandalia baixa também branca. Usava um chapéu preto, e segurava um leque. O clima era tenso, e tudo parecia ser controlado pelo crossdresser. Depois de se olharem fixamente por alguns segundos, o homem à esquerda tomou a iniciativa e partiu em direcao ao outro, que respondeu positivamente. O que se seguiu foi um dos contatos mais intensos e dramáticos que já presenciei entre dois homens, excetuando-se atos de violência física. Eles pareciam ter fome um do outro. Eram ávidos, enérgicos, frenéticos. Agarravam-se, abraçavam-se, arrebitavam-se, tentavam despir-se mutuamente, procuravam a melhor posição. Mantiveram-se de pé, os rostos colados, mas não se beijaram. O crossdresser movia-se rapidamente de um lado pro outro em busca de bons ângulos.

Aquele frenesi não durou nem um minuto. De repente os dois caíram no chao, o mais alto por cima. Como se aquilo o tivera levado instantaneamente ao clímax, ele saiu da posição, rolando abruptamente para o lado. Levantou-se tão rapidamente quanto pode, mas não sem que antes lhe passassem a mão na bunda. As pessoas estavam enlouquecidas. O homem que tinha estado por baixo pôs-se de pé rapidamente. Ambos ofegavam. Tornaram-se arredios, e pareciam frustrados, especialmente o mais baixo. Evitaram olharem-se nos olhos, cumprimentaram-se de longe, e afastaram-se, cada um pro seu lado.

Os presentes estavam excitadíssimos! Pude perceber a essência daquilo tudo: subjugação, poder, controle. "Somos uns machinhos otários", pensei. Desconfio que tenho alguma simpatia por acrósticos. Desconfie também.

Para ver o video da performance descrita acima, clique aqui .

"O sumô é um esporte de contato onde dois lutadores (rikishi) tentam cada um forçar o outro para fora de um ringue circular (dohyo), ou a tocar o solo com qualquer parte do corpo que não as solas dos pés. O esporte originou-se no Japão, onde atualmente ainda é muito popular, sendo aquele o único país onde é praticado profissionalmente. Na história contemporânea, houve uma pequena porém significativa quantidade de lutadores não-japoneses, muitos chegando a atingir a condição máxima de yokozuna. Os japoneses consideram o sumô "gendai budo", arte marcial moderna, embora o esporte tenha uma história de muitos séculos. A tradição do sumô é muito antiga, e mesmo hoje o esporte conta com muitos elementos rituais, como por exemplo a utilização do sal para purificação, vinda do tempo em que o sumô era parte da religião Xintoísta. A vida de um rikishi é altamente sistematizada e controlada, com regras definidas pela Associação de Sumô. Os lutadores de sumô devem viver em "alojamentos comunitários" onde todos os aspectos das suas vidas quotidianas - das refeições à forma de vestir - são ditados por rígidas tradições."

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