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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dia da Cachaça.



Hoje, 21 de maio, é o Dia da Cachaça.

Delfino Golfeto, considerado o “Embaixador da Cachaça no Brasil”, destaca passagens históricas, aspectos relativos à produção, degustação e a relação com a gastronomia.

Delfino Golfeto, além de dirigir a maior rede de cachaçarias do mundo – a Água Doce Cachaçaria, que conta com mais de cem unidades em onze estados e no Distrito Federal - é profundo conhecedor de cachaça. É tecnólogo em açúcar e álcool e considerado, o "Embaixador da Cachaça no Brasil". Nas inúmeras palestras que ministra pelo país, fala sobre todos os aspectos da bebida – da história à degustação.

A cachaça – reconhecida como produto genuinamente brasileiro por força de decreto – ocupa um lugar ‘privilegiado’ no mercado. Segundo dados do Instituto Brasileiro da Cachaça, o Brasil conta com mais de 40 mil produtores que detêm 4 mil marcas – 99% das empresas são de micro, pequeno e médio portes.

Ainda de acordo com o IBC, os estados brasileiros que mais se destacam na produção da cachaça são São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba. Os estados nos quais a cachaça é mais consumida são São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Minas Gerais.

A seguir, Golfeto cita algumas curiosidades sobre a cachaça:


História

- A cachaça acompanhou toda a história do Brasil. As primeiras mudas chegaram em 1502, trazidas pelo português Gonçalo Coelho.

- Foi a bebida dos escravos. Eles que iniciaram a produção de maneira clandestina. Entre os colonizadores, a bebida mais popular era a bagaceira.

Degustação

- Quando se toma uma cachaça, é preciso observar a ‘agressividade’, a acidez, o sabor alcoólico inicial e residual. A doçura também deve ser observada: é positiva se ela for resultante dos compostos doces do próprio produto e do método de armazenamento (quando também recebe açúcares provenientes da madeira na qual a cachaça é armazenada). É negativa quando é resultante da adição de sacarose. Muitas vezes, o açúcar mascara sabores ruins;

- Uma boa cachaça é límpida, transparente e sem resíduos. O degustador também avalia a aparência da bebida e não só o seu sabor. Em seguida, ele a cheira: o aroma deve ser agradável e dar vontade de continuar cheirando – além de despertar a vontade de saboreá-la;

- A boa cachaça deixa no copo uma oleosidade que escorre lentamente. É por isso que o cálice deve liso, transparente e de boca larga. A bebida queima agradavelmente na boca, “descendo bem suave”;

- O degustador de cachaça, quando a coloca em contato com a língua por alguns segundos, sabe definir o paladar: adocicado, ácido, amargo ou salgado.

- No processo de degustação de várias cachaças de gradação alcoólica diferentes é importante tomar água mineral gasosa e comer pedaços de pão puro.

- Para degustar uma dose, o ‘cachaçólogo’ demora de 15 a 20 minutos. Um coquetel e uma batida requerem de 20 a 30 minutos.

A boa cachaça

- Uma boa cachaça, geralmente, tem aroma suave. Alguns degustadores costumam agitar a garrafa para verificar a quantidade de bolhas que se formam. Quanto maior o número de bolhas, melhor a qualidade da bebida.

- A busca pela qualidade começa no preparo do solo. O processo requer a escolha correta do terreno, um bom preparo do solo e a seleção criteriosa da variedade da cana. O plantio precisa ocorrer na época correta, assim como a colheita. A moagem, extração da sacarose, fermentação e destilação são igualmente importantes.

- A cachaça de qualidade precisa ficar armazenada por, no mínimo, dois anos numa boa madeira. Se ficar acima de oito anos, vira produto nobre e ganha status.

Harmonização com pratos

- É uma tendência degustar cachaça com pratos que com ela ‘combinam’. No entanto, o gosto popular mostra que os melhores acompanhamentos são o torresmo e a pururuca.

- Sabe-se também que a cachaça é um ótimo digestivo, sendo assim, pode ser degustada antes das refeições, como aperitivo, e depois delas, para colaborar na digestão.

Toda a história do destilado tipicamente brasileiro pode ser conhecida no Museu da Cachaça, idealizado e mantido pela Água Doce Cachaçaria em Tupã, cidade do interior de São Paulo. A novidade fica por conta da grande reforma e ampliação do espaço que aconteceu no ano passado. “Praticamente, duplicamos o tamanho do Museu, que agora tem quatro salas tematizadas e ocupa um espaço de 1200 m2”, comenta o proprietário da rede, Delfino Golfetto.

Quem visitar o Museu, conhecerá a história da bebida, verá fotos, reportagens, mais de 2 mil garrafas – algumas consideradas raras - e peças de engenho, entre outros objetos.

Serviço

Museu da Cachaça
Rua Nhambiquaras, 385 - Vila Aviação – Tupã - SP
Telefones: (14) 3441-2321 / 3441-4337


FONTE: http://www.adjorisc.com.br/jornais/obarrigaverde/noticias/index.phtml?id_conteudo=193827 .

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