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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Intransitividade.

Os amigos dos meus amigos não são meus amigos.

Escolho meus amigos. Na maioria dos casos escolhi-os há tanto tempo que nem lembro como. Sei de que forma continuo a escolhê-los a cada contato, sei quais as suas características, sei o que esperar deles, conheço bem a nossa solução de convivência, estou pronto a apoiá-los, sinto-me à vontade pra dizer qualquer coisa, sou propenso a perdoá-los, conto com o seu apoio.

Os amigos dos meus amigos chegam-me com uma carta de recomendação invisível, uma carta que diz algo do tipo "o portador é gente boa". Estas pessoas não são candidatas à minha amizade. Normalmente não me candidato a novas amizades.

Mesmo existindo a tal carta de recomendação, o processo seletivo ocorre. Se o amigo do amigo agrada, sinto-me feliz por ter havido uma recomendação, e sou levado a pensar que o novato pode tornar-se um amigo. Se não gosto do cara, fico constrangido, deixo de dizer, deixo de fazer, sorrio amarelo, compactuo com atitudes imbecis, etc. É uma merda!

Por favor poupe os seus amigos daqueles seus outros amigos.

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