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sexta-feira, 9 de maio de 2008

Cesarianas desnecessárias.

Hoje quem me estimulou foi a ANS, com as cesarianas...

Há por aí umas versões folclóricas que ligam cesarianas a césares romanos, mas a palavra tem a ver com o verbo latino caedere - cortar.

No Brasil a taxa de cesarianas em partos feitos com recurso a planos de saúde é em torno de 80%. Provavelmente você não vê problema algum nisto, afinal você nasceu de cesariana, assim como seus irmãos, seus primos, sua esposa, seus filhos, etc. Acontece que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vê problemas, tanto que considera recomendável a taxa de 15 %.

Esta tal de OMS é uma piada! Ela também recomenda outras bobagens, tais como:

- a quantidade mínima de 6 (seis) consultas pré-natais para garantir uma gestação sem riscos ao bebê ou à mãe.

- o aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida, como forma natural de propiciar a plenitude do vínculo afetivo original que, na espécie humana, se faz, de maneira insubstituível, nesse período.

- que a ingestão de açúcares não ultrapasse 10% da energia total da dieta.

- que os países dêem máxima prioridade à prevenção da obesidade em crianças e adolescentes, sugerindo as seguintes atividades: promoção da atividade física; restrição do consumo de alimentos caloricamente densos e pobres em micronutrientes (ex: salgadinhos de pacote e refrigerantes); limitação da exposição das crianças às pesadas práticas de marketing desses produtos; provisão de informações para promover escolhas saudáveis para o consumo alimentar (educação nutricional); resgate de dietas tradicionais saudáveis (alimentação é cultura).

Viu que absurdos? Ta na cara que esta tal de OMS não é mulher, não é mãe, não é obstetra, não é anestesista, não está no ramo de planos privados de assistência à saúde, e não é diretor de hospital.

Quem é que tem tempo ou dinheiro pra fazer 6 (seis) consultas antes do parto?

Quem é que quer andar com criança pendurada no peito durante meses, e depois ficar com os peitos caídos? Você quer lá saber de plenitude do vínculo afetivo, né, amiga? Depois manda a criança pra um psicólogo, ou mais tarde ele ou ela que pague a própria terapia...

Quem é que consegue impedir esses pestinhas de comer doce? Quem aguenta aquela gritaria e choradeira no ouvido, pedindo, insistindo, fazendo escândalo quando a gente não dá?

Quem é que prefere que o menino chegue suado, fedendo, agitado, em vez de aproveitar que o anjinho tá quietinho, assistindo o filminho dele pela 38ª vez, ou brincando com o videogame?

Quem é que pode proibir uma criança de ver televisão? Quem resiste ao apelo daqueles bonequinhos dos happy meals? Quem pode com o Mc Donald's ?!?

Quem tem paciência pra fazer criança comer brócolis? Quem tem tempo pra fazer suco?

Quem é que vai deixar de receber os honorários de uma cesariana, pra receber os honorários de um parto normal?

Quem é que vai deixar de cobrar uma conta de uma cesariana, pra cobrar por um parto normal?

Em suma: quem é que vai ter responsabilidade, ética, honestidade?

De volta às cesarianas desnecessárias...


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Movimento ANS em favor do parto normal e da redução das cesarianas desnecessárias no setor suplementar.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é uma autarquia especial vinculada ao Ministério da Saúde, que tem como função regular as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde e como missão defender o interesse público. Por este motivo vem prestar informações sobre as elevadas taxas de cesarianas desnecessárias no setor suplementar e lançar um movimento pelo parto normal.

Dados fornecidos à ANS pelas empresas que comercializam planos de assistência à saúde demonstram que a proporção de cesarianas no setor é alarmante, situando-se em torno de 80%. Este percentual é totalmente discrepante em comparação ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (15%) e aos resultados encontrados em outros países, tais como Holanda (14%), EUA (26%), México (34%) e Chile (40%). Além disso, a proporção de cesarianas do setor suplementar influencia negativamente os dados nacionais: no sistema público de saúde brasileiro, esta proporção é de 26%, bem próxima aos valores encontrados nos outros países, enquanto o resultado nacional, que considera os partos realizados nos setores públicos e privados, é de 43%.

Ressalta-se que em nenhum país foi encontrada uma proporção de cesáreas tão elevada quanto a existente hoje nos planos de saúde no Brasil, o que confere a este setor o desagradável título de campeão mundial de cesarianas. Trata-se de um título indesejável, pois, por ser uma cirurgia indicada para os casos que configurem risco materno e/ou fetal, a cesariana, quando eletiva, ou seja, realizada sem que exista uma indicação médica precisa, aumenta os riscos de complicações e de morte para a mulher e para o recém-nascido. Não raro, as cesarianas são agendadas antes de a mulher entrar em trabalho de parto, aumentando a chance de o bebê ser retirado do útero ainda prematuro, já que é impreciso o cálculo da idade gestacional realizado antes do parto por meio da ultra-sonografia ou considerando-se a data da última menstruação. A definição exata se o bebê é ou não prematuro somente ocorrerá após o nascimento.

A retirada cirúrgica de bebês do útero antes que tenham atingindo a completa maturidade fetal é grave, pois estudos demonstram que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, necessitar de internação em UTI neonatal do que aqueles nascidos com 39 semanas ou mais. Esta situação, além de aumentar os custos hospitalares e o risco do desenvolvimento de outros problemas de saúde no bebê, ocasionados pela internação, gera uma separação abrupta e precoce entre mãe e filho, num momento primordial para o estabelecimento de vínculo, para uma melhor adaptação do recém-nato à vida extra-uterina e para o início do aleitamento materno.

Além disso, as chances de a mulher sofrer uma hemorragia ou infecção no pós-parto também são maiores em caso de cesárea, existindo ainda um risco aumentado de ocorrerem problemas em futuras gestações, como a ruptura do útero e o mau posicionamento da placenta.

Tais riscos não são percebidos em nosso meio. Isso porque predomina a visão de que o desfecho da gestação será melhor e mais seguro quando abordado na perspectiva da ultra-especialização e do elevado uso de recursos tecnológicos. Ademais, a conveniência do agendamento e do tempo gasto na cesariana, bem como a insuficiente participação feminina nas decisões clínicas relacionadas ao tipo de parto, gerada pela assimetria de informação entre médico e paciente, estão entre as causas apontadas por especialistas para a “superindicação” de cesáreas.

Outrossim, como muitos mitos sobre contra-indicação de parto normal fazem parte do imaginário coletivo e são utilizados para justificar cesarianas desnecessárias, é importante esclarecer que situações como cesariana anterior, gestação gemelar, fetos grandes, apresentação pélvica (quando o bebê está “sentado” no útero), podem ou não determinar a necessidade de uma cesariana. E ainda, que existem situações como o cordão umbilical envolto no pescoço, baixa estatura da mãe, idade gestacional de 40 semanas, entre outras, que isoladamente não justificam a realização de uma cesárea.

Por último, é importante destacar, que quando a equipe de saúde possui uma atitude acolhedora, quando há estímulo para a participação de acompanhante durante todo o trabalho de parto e no parto, quando a mulher é encorajada a ter uma postura ativa, movimentando-se durante o trabalho de parto, adotando posições nas quais sinta-se mais confortável e tendo acesso a métodos para o alívio da dor, a vivência do parto pode configurar-se como uma enriquecedora experiência de vida.

A ANS, a partir da constatação da proporção descabida de cesarianas desnecessárias no setor suplementar, tem proposto ações com o intuito de reverter esse quadro e nesse sentido lança um movimento pelo parto normal, em que um dos objetivos é capitanear as discussões sobre estratégias para redução das cesarianas desnecessárias e o incentivo ao parto normal, envolvendo todos os segmentos implicados com este tema. Contudo, esta é uma discussão que não deve ficar restrita ao âmbito da agência reguladora, deve mobilizar em especial as mulheres, as quais devem ousar reivindicar o direito de dar à luz por meio de parto normal, com autonomia e segurança, vivenciando esse momento especial de forma saudável e prazerosa.

Em caso de dúvidas, sugestões e comentários, entre em contato com a ANS pelo telefone 0800-701-9656 ou pelo endereço eletrônico ggtap.dipro@ans.gov.br .
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Um comentário:

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    April 18: too posh to push

    Prospective mothers who opt to have an elective caesarean section rather than give birth vaginally. The women who make this choice are usually thought to be of higher class and wealthier. The choice for a c-section is made because it's thought to be more convenient as well as less painful and distasteful.

    Victoria Beckham and Britney Spears are two celebs who are too posh to push. Can you blame them? Being all stretched out down there sounds kinda awful.
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    (Fonte: http://www.urbandictionary.com/ )

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