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sábado, 3 de maio de 2008

Shaken, not stirred.



Confessemos: somos bêbados amadores. A nossa bebida habitual é cerveja muito gelada. Bebemos aquilo em grande quantidade, até ficarmos chatos, valentes, bonitos e invisíveis, ou então empapuçados, simplesmente. É assim que esquecemos a má qualidade daquela bebida, a sua falta de sabor e aroma, seu jeito aguado. É como conseguimos não pensar nas quantidades de arroz ou milho que entram no fabrico. Alguns de nós servimos a cerveja sem espuma, desconsiderando os ensinamentos da disciplina “CVJ 101”. Apesar de tudo, funciona bem quando o programa é falar besteira e dar risada neste clima quente e úmido.

Ocasionalmente bebemos vinho tinto de R$ 19,90 comprado no BOMPREÇO. A temperatura do vinho facilmente atingirá os 27 graus centígrados. Alguns cheiram as rolhas. É o que julgamos ser “sofisticação”.

Ao contrário de nós, tem gente por aí que realmente entende de bebida e leva bebida a sério, às vezes até demais. Veja por exemplo a importantíssima questão de misturar ou “bater” os martinis. James Bond preferia o seu vodkatini batido, em vez de misturado. Aparentemente a diferença é importante.

Para comemorar o centenário do nascimento de Ian Fleming, o Professor Charles Spence e o Dr Andrea Sella revelarão os segredos de vários drinques, incluindo o favorito de 007.

O Prof Spence é um psicólogo que trabalhou com Heston Blumenthal com o objetivo de descobrir como interpretamos os sabores. O Dr Sella é um químico da University College London.

Em 1999, um grupo de estudantes na University of Western Ontario decidiu testar a preferência de Bond numa serie de experimentos com martinis e vodkatinis. Eles estudaram a capacidade dos martinis de desativar o peróxido de hidrogênio, uma potente fonte de radicais livres, estes ligados a envelhecimento e doenças. Os martinis foram muito mais eficazes do que os seus ingredientes básicos – gin ou vermute – em dasativar o peróxido de hidrogênio, sendo quase que duplamente eficazes quando batidos. O martini contém um anti-oxidante que lida com o peróxido de hidrogênio, e que funciona melhor depois de batido. As azeitonas também podem ter algum efeito, mas foram deixadas de fora por serem "muito difíceis de modelar". Esta frase me fez lembrar dos Prêmios Ig Nobel. Na analise dos resultados no British Medical Journal, a equipe concluiu que o excelente estado de saúde de Bond "pode dever-se, pelo menos em parte, à obediência dos barmen."

A proposito, se você conversar com um barman “das antigas” a respeito de como preparar martinis, ele vai te dizer que essa coisa de martini batido começou por causa de um filme de 007. Antes disso, os martinis eram misturados, como é a maioria dos drinques preparados com bebidas transparentes ou “espirituosas”. Batidos são os drinques feitos com bebidas cremosas ou sucos de frutas.

O Dr Sella acredita que martinis batidos são mais saudáveis e têm melhor sabor. Isto seria devido ao que os especialistas chamam de "mouthfeel" – o martini batido possui mais pedaços microscópicos de gelo, o que torna sua textura mais agradável.

Drinques cremosos ou açucarados “pegam” mais devagar, daí a idéia que um copo de leite “forra o estômago”. A ausência de bolhas num martini retarda a captação de álcool, enquanto a efervescência do champanhe acelera a absorção do etanol na corrente sanguínea.

O efeito dos coquetéis não é apenas físico, é também psicológico. O Prof Spence explica que nossa percepção dos coquetéis é afetada pelo formato do copo – as pessoas gostam menos dos drinques se estes são servidos em recipientes que elas consideram inadequado. “Pesquisadores demonstraram que as pessoas bebem 88 % mais quando consomem drinques em copos baixos e largos, em comparação com copos altos e estreitos que contenham o mesmo volume.”

A aparência de um drinque pode influir no quanto gostamos dele. Nosso cérebro faz uma associação entre cores e sabores, de forma que a percepção do sabor é alterada pela percepção em relação às cores.

Estudos sugerem que a música influi na velocidade que consumimos os drinques: música ritmada faz com que bebamos mais rápido.

Também tendemos a pagar mais por um drinque que tenha um nome mais elaborado, ou uma melhor reputação.

Informações de quem realmente entende de bebida.

Enquanto isso, o enólogo Aurelio Montes reproduz cantos gregorianos em suas adegas para melhorar a qualidade da bebida durante sua criação. "Desde que colocamos música, o vinho envelhece com uma grata harmonia. No início, o vinho é um pouco agressivo, como um jovem, mas com a música os taninos se acalmam.” , afirmou o enólogo chileno.

“- Garçom, por favor traga uma uma grade vazia e deixe aqui junto da mesa!”

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Que miséria é essa??? Algum tipo de vibrador masculino???
    Pau feio da porra! Não me admira ele ter que apelar para o liquidivibrador!
    Péssimo!

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