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sábado, 6 de setembro de 2008

Ele, um banquinho, e um violão.

















Filas gigantescas na madrugada, ingressos esgotados em 40 minutos, atraso de 1 hora e 10 min, quebra do protocolo do teatro mais tradicional de Salvador (a pontualidade rígida), simplesmente ignorado por uma entidade, um mito, talvez o brasileiro vivo mais importante, um baiano de Juazeiro.


Ele chegou timidamente com o seu violão, sentou no seu banquinho e desfilou uma seqüência de preciosas canções, a pura bossa nova, estilo o qual não sou amante. Mas João Gilberto é único, ele é a bossa nova. Ele, só ele ao lado do seu parceiro Tom Jobim. E foi de forma esplendorosa que João Gilberto encerrou a sua seqüência de show pelo Brasil comemorando 50 anos da bossa Nova.


“Canto pra esse mundo todo, mas a Bahia é diferente. Eu fico até nervoso” e colocou todo mundo no bolso com “Saudade da Bahia”, de Dorival Caymmi. Era o começo da celebração, um momento impar.


Já tive a oportunidade de assistir João Gilberto 3 vezes e nunca o vi emocionado , pela primeira vez o vi chorando algumas vezes. Quase não conseguiu cantar Bahia com H. precisou repeti-la 3 vezes, para enfim conter a emoção e dar continuidade a seqüência de acordes absurdos, coisa que só ele sabe fazer, não é a toa que é o melhor do mundo. Venerado em todo planeta. Um verdadeiro Mestre.


Só ontem percebi, como a Bahia, os seus amigos e parentes que aqui moram, são importantes pra ele. Sempre dedicando musicas e por várias vezes, mais emoções, musicas interrompidas, enquanto eu, chorona de carteirinha, derramava também as minhas tímidas lágrimas pelo cantinho do olho.


Ele parece existir para se deleitar com a musica, para tocar seu violão... ontem ele nos deu uma verdadeira aula de música, de dedicação e sentimento e a Bahia pode assistir ontem um dos seus filhos mais fantásticos.


E eu, roqueira de carteirinha, rebelde e irreverente, me curvo diante dele. E para entender o que digo, não basta ouvir LPs, CDs, tem que assistir João tocar.

2 comentários:

  1. Mesmo não sendo fã de JG, adorei este post!

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  2. Também achei o post fantástico! Acho ótimo quando um relato nos faz "viajar" até uma situação!

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