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A blusa azul
presa ao arame do varal
a blusa
a nuvem
tufos de vento safira.
No contracéu
lufam seios
de ar fresco.
"
domingo, 4 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
Shaken, not stirred.
Confessemos: somos bêbados amadores. A nossa bebida habitual é cerveja muito gelada. Bebemos aquilo em grande quantidade, até ficarmos chatos, valentes, bonitos e invisíveis, ou então empapuçados, simplesmente. É assim que esquecemos a má qualidade daquela bebida, a sua falta de sabor e aroma, seu jeito aguado. É como conseguimos não pensar nas quantidades de arroz ou milho que entram no fabrico. Alguns de nós servimos a cerveja sem espuma, desconsiderando os ensinamentos da disciplina “CVJ 101”. Apesar de tudo, funciona bem quando o programa é falar besteira e dar risada neste clima quente e úmido.
Ocasionalmente bebemos vinho tinto de R$ 19,90 comprado no BOMPREÇO. A temperatura do vinho facilmente atingirá os 27 graus centígrados. Alguns cheiram as rolhas. É o que julgamos ser “sofisticação”.
Ao contrário de nós, tem gente por aí que realmente entende de bebida e leva bebida a sério, às vezes até demais. Veja por exemplo a importantíssima questão de misturar ou “bater” os martinis. James Bond preferia o seu vodkatini batido, em vez de misturado. Aparentemente a diferença é importante.
Para comemorar o centenário do nascimento de Ian Fleming, o Professor Charles Spence e o Dr Andrea Sella revelarão os segredos de vários drinques, incluindo o favorito de 007.
O Prof Spence é um psicólogo que trabalhou com Heston Blumenthal com o objetivo de descobrir como interpretamos os sabores. O Dr Sella é um químico da University College London.
Em 1999, um grupo de estudantes na University of Western Ontario decidiu testar a preferência de Bond numa serie de experimentos com martinis e vodkatinis. Eles estudaram a capacidade dos martinis de desativar o peróxido de hidrogênio, uma potente fonte de radicais livres, estes ligados a envelhecimento e doenças. Os martinis foram muito mais eficazes do que os seus ingredientes básicos – gin ou vermute – em dasativar o peróxido de hidrogênio, sendo quase que duplamente eficazes quando batidos. O martini contém um anti-oxidante que lida com o peróxido de hidrogênio, e que funciona melhor depois de batido. As azeitonas também podem ter algum efeito, mas foram deixadas de fora por serem "muito difíceis de modelar". Esta frase me fez lembrar dos Prêmios Ig Nobel. Na analise dos resultados no British Medical Journal, a equipe concluiu que o excelente estado de saúde de Bond "pode dever-se, pelo menos em parte, à obediência dos barmen."
A proposito, se você conversar com um barman “das antigas” a respeito de como preparar martinis, ele vai te dizer que essa coisa de martini batido começou por causa de um filme de 007. Antes disso, os martinis eram misturados, como é a maioria dos drinques preparados com bebidas transparentes ou “espirituosas”. Batidos são os drinques feitos com bebidas cremosas ou sucos de frutas.
O Dr Sella acredita que martinis batidos são mais saudáveis e têm melhor sabor. Isto seria devido ao que os especialistas chamam de "mouthfeel" – o martini batido possui mais pedaços microscópicos de gelo, o que torna sua textura mais agradável.
Drinques cremosos ou açucarados “pegam” mais devagar, daí a idéia que um copo de leite “forra o estômago”. A ausência de bolhas num martini retarda a captação de álcool, enquanto a efervescência do champanhe acelera a absorção do etanol na corrente sanguínea.
O efeito dos coquetéis não é apenas físico, é também psicológico. O Prof Spence explica que nossa percepção dos coquetéis é afetada pelo formato do copo – as pessoas gostam menos dos drinques se estes são servidos em recipientes que elas consideram inadequado. “Pesquisadores demonstraram que as pessoas bebem 88 % mais quando consomem drinques em copos baixos e largos, em comparação com copos altos e estreitos que contenham o mesmo volume.”
A aparência de um drinque pode influir no quanto gostamos dele. Nosso cérebro faz uma associação entre cores e sabores, de forma que a percepção do sabor é alterada pela percepção em relação às cores.
Estudos sugerem que a música influi na velocidade que consumimos os drinques: música ritmada faz com que bebamos mais rápido.
Também tendemos a pagar mais por um drinque que tenha um nome mais elaborado, ou uma melhor reputação.
Informações de quem realmente entende de bebida.
Enquanto isso, o enólogo Aurelio Montes reproduz cantos gregorianos em suas adegas para melhorar a qualidade da bebida durante sua criação. "Desde que colocamos música, o vinho envelhece com uma grata harmonia. No início, o vinho é um pouco agressivo, como um jovem, mas com a música os taninos se acalmam.” , afirmou o enólogo chileno.
“- Garçom, por favor traga uma uma grade vazia e deixe aqui junto da mesa!”
Ocasionalmente bebemos vinho tinto de R$ 19,90 comprado no BOMPREÇO. A temperatura do vinho facilmente atingirá os 27 graus centígrados. Alguns cheiram as rolhas. É o que julgamos ser “sofisticação”.
Ao contrário de nós, tem gente por aí que realmente entende de bebida e leva bebida a sério, às vezes até demais. Veja por exemplo a importantíssima questão de misturar ou “bater” os martinis. James Bond preferia o seu vodkatini batido, em vez de misturado. Aparentemente a diferença é importante.
Para comemorar o centenário do nascimento de Ian Fleming, o Professor Charles Spence e o Dr Andrea Sella revelarão os segredos de vários drinques, incluindo o favorito de 007.
O Prof Spence é um psicólogo que trabalhou com Heston Blumenthal com o objetivo de descobrir como interpretamos os sabores. O Dr Sella é um químico da University College London.
Em 1999, um grupo de estudantes na University of Western Ontario decidiu testar a preferência de Bond numa serie de experimentos com martinis e vodkatinis. Eles estudaram a capacidade dos martinis de desativar o peróxido de hidrogênio, uma potente fonte de radicais livres, estes ligados a envelhecimento e doenças. Os martinis foram muito mais eficazes do que os seus ingredientes básicos – gin ou vermute – em dasativar o peróxido de hidrogênio, sendo quase que duplamente eficazes quando batidos. O martini contém um anti-oxidante que lida com o peróxido de hidrogênio, e que funciona melhor depois de batido. As azeitonas também podem ter algum efeito, mas foram deixadas de fora por serem "muito difíceis de modelar". Esta frase me fez lembrar dos Prêmios Ig Nobel. Na analise dos resultados no British Medical Journal, a equipe concluiu que o excelente estado de saúde de Bond "pode dever-se, pelo menos em parte, à obediência dos barmen."
A proposito, se você conversar com um barman “das antigas” a respeito de como preparar martinis, ele vai te dizer que essa coisa de martini batido começou por causa de um filme de 007. Antes disso, os martinis eram misturados, como é a maioria dos drinques preparados com bebidas transparentes ou “espirituosas”. Batidos são os drinques feitos com bebidas cremosas ou sucos de frutas.
O Dr Sella acredita que martinis batidos são mais saudáveis e têm melhor sabor. Isto seria devido ao que os especialistas chamam de "mouthfeel" – o martini batido possui mais pedaços microscópicos de gelo, o que torna sua textura mais agradável.
Drinques cremosos ou açucarados “pegam” mais devagar, daí a idéia que um copo de leite “forra o estômago”. A ausência de bolhas num martini retarda a captação de álcool, enquanto a efervescência do champanhe acelera a absorção do etanol na corrente sanguínea.
O efeito dos coquetéis não é apenas físico, é também psicológico. O Prof Spence explica que nossa percepção dos coquetéis é afetada pelo formato do copo – as pessoas gostam menos dos drinques se estes são servidos em recipientes que elas consideram inadequado. “Pesquisadores demonstraram que as pessoas bebem 88 % mais quando consomem drinques em copos baixos e largos, em comparação com copos altos e estreitos que contenham o mesmo volume.”
A aparência de um drinque pode influir no quanto gostamos dele. Nosso cérebro faz uma associação entre cores e sabores, de forma que a percepção do sabor é alterada pela percepção em relação às cores.
Estudos sugerem que a música influi na velocidade que consumimos os drinques: música ritmada faz com que bebamos mais rápido.
Também tendemos a pagar mais por um drinque que tenha um nome mais elaborado, ou uma melhor reputação.
Informações de quem realmente entende de bebida.
Enquanto isso, o enólogo Aurelio Montes reproduz cantos gregorianos em suas adegas para melhorar a qualidade da bebida durante sua criação. "Desde que colocamos música, o vinho envelhece com uma grata harmonia. No início, o vinho é um pouco agressivo, como um jovem, mas com a música os taninos se acalmam.” , afirmou o enólogo chileno.
“- Garçom, por favor traga uma uma grade vazia e deixe aqui junto da mesa!”
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Sensibilidade e bom senso.
Eu não li o livro, não vi o filme, mas o título sempre me intrigou. Sensibilidade e bom senso juntos. Parece-me um equilíbrio difícil.
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Sensibilidade e bom senso
O título pode enganar. Jane Austen não é para aqui chamada. No entanto, cada vez mais me parece óbvio que o equilíbrio de comportamento deve juntar em doses semelhantes a sensibilidade e o bom senso. Afinal, a sensibilidade é fundamental para “apanharmos” os matizes que fazem de nós e dos outros, pessoas únicas. E o bom senso é a característica que impede exageros a que a sensibilidade nos leva.

O humor é pra mim um assunto sério, e certamente é um terreno onde a questão se coloca. É impossível fazer humor sem ferir susce(p)tibilidades. Há anos não era raro se chatearem comigo por causa de brincadeiras. Atualmente é menos freqüente, mas às vezes acontece. Acho que melhorei em sensibilidade ou bom senso.
Em 2005 ocorreu uma controvérsia de proporções internacionais a seguir à publicação, pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten, de 12 cartoons, a maioria dos quais retratava o profeta Maomé. A controvérsia já rendeu tudo que podia, inclusive muita exploração política e a tentativa de assassinato de um dos cartunistas!
Em 2005 ocorreu uma controvérsia de proporções internacionais a seguir à publicação, pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten, de 12 cartoons, a maioria dos quais retratava o profeta Maomé. A controvérsia já rendeu tudo que podia, inclusive muita exploração política e a tentativa de assassinato de um dos cartunistas!
Sensibilidade e bom senso
Com maioria de razão, estes dois atributos devem ser usados em tudo o que tenha impacto na opinião pública. A dita “liberdade de expressão”, se não for balizada por estes dois factores, corre o risco de ser de mau gosto, ofensiva e de provocar reacções incontroladas. Claro que já adivinharam onde quero chegar. Desde que me conheço que defendo esta liberdade fundamental mas, sinceramente, não vejo de que forma é que ela foi bem servida com a publicação dos “benditos” cartoons na Dinamarca e, sobretudo, com a exaustiva repetição dessa publicação por toda a Europa.
E, como tenho a “mania da conspiração” (será mesmo?), pergunto-me a quem serve esta algazarra toda, quase seis meses depois da publicação original. Neste momento, a Europa “arma-se aos cucos” e aparece, perante o mundo árabe, como a “má da fita” e, extraordinariamente, os EUA adoptam uma posição “equilibrada”. E a famosa “Al Qaeda”, que ninguém sabe bem o que é, tem ainda mais razões para continuar os atentados. Dá que pensar…
Para que não me interpretem mal, é claro que condeno as reacções de violência do mundo árabe. Mas, sinceramente e dados os antecedentes em questões muito menos importantes, esperava-se que fosse diferente?
Sejamos absolutamente claros: quem os publicou e quem reproduziu não teve sensibilidade e, muito menos, bom senso. Exerceu a sua “liberdade de expressão”, claro. Sem ter em conta qualquer tipo de consequências. Podia fazê-lo? Sim. Foi responsável fazê-lo? Não.
E agora uma data de “bem intencionados” e “intelectuais” grita que temos que apoiar a Dinamarca. Mas apoiar a Dinamarca em quê? Há uma guerra a decorrer? Vamos esperar que não e, sobretudo, que exista sensibilidade e bom senso para sarar mais este ferida entre dois mundos que têm que se entender.
P.S.: Podia ter ilustrado este post com um dos cartoons. Recebi-os por mail inúmeras vezes. Mas, pura e simplesmente, recuso-me a fazê-lo.
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Eu não subscrevo a opinião a respeito da publicação e repetição dos cartoons. Mas concordo plenamente que é necessário ter sensibilidade e bom senso em tudo o que tenha impacto na opinião pública, ou opinião alheia.
Vou tentar:
terça-feira, 29 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
NÃO DIZIA PALAVRAS.
"
Não dizia palavras,
aproximava apenas um corpo interrogante,
porque ignorava que o desejo é uma pergunta cuja resposta não existe,
uma folha cujo ramo não existe,
um mundo cujo céu não existe.
Entre os ossos a angústia abre caminho,
ergue-se pelas veias
até abrir na pele jorros de sonho
feitos carne interrogando as nuvens.
Um contacto ao passar,
um fugidio olhar no meio das sombras,
bastam para que o corpo se abra em dois,
ávido de receber em si mesmo outro corpo que sonhe;
metade e metade, sonho e sonho, carne e carne,
iguais em figura, iguais em amor, iguais em desejo.
Embora seja só uma esperança,
porque o desejo é uma pergunta cuja resposta ninguém sabe.
"
Não dizia palavras,
aproximava apenas um corpo interrogante,
porque ignorava que o desejo é uma pergunta cuja resposta não existe,
uma folha cujo ramo não existe,
um mundo cujo céu não existe.
Entre os ossos a angústia abre caminho,
ergue-se pelas veias
até abrir na pele jorros de sonho
feitos carne interrogando as nuvens.
Um contacto ao passar,
um fugidio olhar no meio das sombras,
bastam para que o corpo se abra em dois,
ávido de receber em si mesmo outro corpo que sonhe;
metade e metade, sonho e sonho, carne e carne,
iguais em figura, iguais em amor, iguais em desejo.
Embora seja só uma esperança,
porque o desejo é uma pergunta cuja resposta ninguém sabe.
"
terça-feira, 22 de abril de 2008
No meio do caminho...
Fui passar o final de semana e o feriado numa praia paradisíaca. Boa parte do tempo passei num bar na praia.
Noiva e noivo jovens e inspiradíssimos decidiram fazer uma cerimonia de casamento no tal bar, em frente ao mar, com início ao nascer da lua cheia. Imaginou? Eu imaginei. De cinema! Um bom começo.
Estávamos tomando umas, conversando, e observando os preparativos: cava buraco, enfia bambu, estica lycra, traz flores, monta som, carrega arranjos florais... aquela azáfama (de vez em quando me permito)!
Eu entendo de cerimonias de casamento tanto quanto entendo de atracação de navios. Mas notei que os preparativos avançavam e ninguém removia uma pedra que encontrava-se naquele que parecia ser o triunfal caminho da noiva.
Ao longo do tempo a gente vai ouvindo falar a respeito de rituais em cerimonias. Tem coisas que são meio esquisitas pra quem não tem a cultura, ou não está no espirito. Dei uma pesquisadinha.
Descobri que a familiar chuva de arroz foi importada da China, onde o grão era símbolo de fartura. Jogar arroz sobre os noivos inicialmente era uma demonstração de fartura, e depois passou a significar o desejo de trazer fartura para a vida do novo casal.
Nas cerimonias ortodoxas os gregos quebram pratos pra desejar alegria e prosperidade aos noivos. Também costumam jogar amêndoas e dinheiro sobre o casal, para desejar-lhe doçura e riqueza.
A religião judaica ensina que mesmo em momentos felizes é necessário lembrar os momentos de tristeza, então na cerimonia de casamento o noivo quebra uma taça, lembrando a destruição do Templo em Jerusalém.
Começamos a conjecturar se a tal pedra faria parte de algum ritual daquela cerimonia. Talvez a noiva devesse simular tropeçar e quase-cair, simbolizando que num casamento as pessoas estão sujeitas a tropeços e correções de rumo, ou poderia significar que um casal deve aproveitar os tropeços para improvisar e seguir adiante. Talvez o noivo também participasse, evitando que a noiva caísse, esta ultima performance sendo mais teatral, porém de simbologia menos interessante.
Nas nossas elocubrações lembramos de Drummond:
"
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
"
Esquecemos da pedra, transitamos por outros assuntos. Quando fomos embora, a pedra continuava no mesmo lugar.




Eu soube de fonte segura que a pedra foi retirada antes do início da cerimonia.
Noiva e noivo jovens e inspiradíssimos decidiram fazer uma cerimonia de casamento no tal bar, em frente ao mar, com início ao nascer da lua cheia. Imaginou? Eu imaginei. De cinema! Um bom começo.
Estávamos tomando umas, conversando, e observando os preparativos: cava buraco, enfia bambu, estica lycra, traz flores, monta som, carrega arranjos florais... aquela azáfama (de vez em quando me permito)!
Eu entendo de cerimonias de casamento tanto quanto entendo de atracação de navios. Mas notei que os preparativos avançavam e ninguém removia uma pedra que encontrava-se naquele que parecia ser o triunfal caminho da noiva.
Ao longo do tempo a gente vai ouvindo falar a respeito de rituais em cerimonias. Tem coisas que são meio esquisitas pra quem não tem a cultura, ou não está no espirito. Dei uma pesquisadinha.
Descobri que a familiar chuva de arroz foi importada da China, onde o grão era símbolo de fartura. Jogar arroz sobre os noivos inicialmente era uma demonstração de fartura, e depois passou a significar o desejo de trazer fartura para a vida do novo casal.
Nas cerimonias ortodoxas os gregos quebram pratos pra desejar alegria e prosperidade aos noivos. Também costumam jogar amêndoas e dinheiro sobre o casal, para desejar-lhe doçura e riqueza.
A religião judaica ensina que mesmo em momentos felizes é necessário lembrar os momentos de tristeza, então na cerimonia de casamento o noivo quebra uma taça, lembrando a destruição do Templo em Jerusalém.
Começamos a conjecturar se a tal pedra faria parte de algum ritual daquela cerimonia. Talvez a noiva devesse simular tropeçar e quase-cair, simbolizando que num casamento as pessoas estão sujeitas a tropeços e correções de rumo, ou poderia significar que um casal deve aproveitar os tropeços para improvisar e seguir adiante. Talvez o noivo também participasse, evitando que a noiva caísse, esta ultima performance sendo mais teatral, porém de simbologia menos interessante.
Nas nossas elocubrações lembramos de Drummond:
"
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
"
Esquecemos da pedra, transitamos por outros assuntos. Quando fomos embora, a pedra continuava no mesmo lugar.
Eu soube de fonte segura que a pedra foi retirada antes do início da cerimonia.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Exasperado porém sensato.
Durante o julgamento, o juiz pergunta:
"- O senhor chegou em casa e encontrou a sua mulher na cama com um homem, correto?"
“- Correto, meritíssimo”, responde o réu, de cabeça baixa.
Continua o juiz:
“- Então o senhor pegou sua arma e deu um tiro na sua mulher, correto? “
“- Correto, meritíssimo”, repete o réu.
“- Por que o senhor atirou na sua mulher, e não no homem?”
O réu:
“- Senhor juiz... me pareceu mais sensato matar uma única mulher do que matar muitos homens diferentes.“
Foi absolvido.
"- O senhor chegou em casa e encontrou a sua mulher na cama com um homem, correto?"
“- Correto, meritíssimo”, responde o réu, de cabeça baixa.
Continua o juiz:
“- Então o senhor pegou sua arma e deu um tiro na sua mulher, correto? “
“- Correto, meritíssimo”, repete o réu.
“- Por que o senhor atirou na sua mulher, e não no homem?”
O réu:
“- Senhor juiz... me pareceu mais sensato matar uma única mulher do que matar muitos homens diferentes.“
Foi absolvido.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
terça-feira, 8 de abril de 2008
Fica chato...
"
(...)
Na região montanhosa da Nova Guiné em que trabalho, por exemplo, a poligamia é tolerada e os chefes podem ter até meia dúzia de esposas, mas mesmo esses chefes polígamos enganam as seis mulheres e cometem adultério. Quando lhes perguntam o motivo, dão essencialmente a mesma resposta que os homens legalmente monogâmicos da sociedade ocidental: que o sexo sempre com a mesma mulher/as mesmas seis mulheres fica chato.
(...)
"
- http://veja.abril.com.br/especiais/perspectivas/p_072a.html
(...)
Na região montanhosa da Nova Guiné em que trabalho, por exemplo, a poligamia é tolerada e os chefes podem ter até meia dúzia de esposas, mas mesmo esses chefes polígamos enganam as seis mulheres e cometem adultério. Quando lhes perguntam o motivo, dão essencialmente a mesma resposta que os homens legalmente monogâmicos da sociedade ocidental: que o sexo sempre com a mesma mulher/as mesmas seis mulheres fica chato.
(...)
"
- http://veja.abril.com.br
Gorgonzola?
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Macacos.

Aí, o homem anunciou que agora pagaria € 20 por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça. Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca.
A oferta aumentou para € 25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por € 50!
Entretanto, como iria à cidade grande, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos. Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões: "Vejam todos estes macacos que meu chefe comprou. Eu posso vendê-los a vocês por € 35 e, quando ele voltar da cidade, vocês podem vendê-los a ele por € 50 cada."
Os aldeões, espertos, pegaram nas suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Eles nunca mais viram o homem ou o seu assistente, somente macacos por todos os lados.
Agora você já sabe como funcionam os mercados financeiros.
sexta-feira, 28 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Jesus morrendo e você bebendo e comendo

Rebocado; piripicado! Vocês estão mesmo merecendo apanhar de Jesus Cristo com aquele chicote que ele bateu nos vendilhões do templo, lá pelas bandas de Jerusalém. O homem morrendo, e todo ano ele volta a morrer na cruz para redenção dos seus pecados, tem pés e mãos pregados com martelo batendo firme, bebe vinagre em esponja suja que ninguém sabe onde o legionário romano tinha passado antes e nem quero imaginar, ouve dichote do mau ladrão e ainda o porre de um pedido feito de última hora pelo bom ladrão, que teve o tempo todo para se arrepender e só se arrependeu na hora que viu que a situação estava preta; mesma coisa de ladrão de hoje em dia que rouba, mata e estrincha, mas chora que nem cachorro pequeno quando a polícia lasca o couro.
Todo ano é assim, pegam o pobre do Cristo, de novo, depois de tantos séculos de sofrimento e voltam a enfiar na testa aquela tiara de espinho, que pelo tamanho parece de laranjeira, do tipo que servia para minha avó furar bolhas purulentas de catapora, molhando na cânfora com álcool. Tudo isso acontecendo de novo, de forma virtual, claro, pois Jesus não é maluco de todo ano se submeter a tais despautérios, com, sua carne e ossos, já bastando para isso os malucos de Vitória da Conquista, Juazeiro, Uauá e outros pontos de encontros destes doidos que passam o ano fornicando, fumando, cheirando, bebendo, ganhando Bolsa Família e cometendo todos os atos impuros e quando chega na madrugada da Sexta-feira da Paixão pegam uns silícios, umas giletes cegas, uns pedaços de aço, amarram num pedaço de couro e se autoflagelam, batendo no lombo e pedindo perdão dos pecados. Basta Cristo perdoar que o cara-de-pau do penitente vai logo tomar uma cachacinha no armazém da praça, que é para esquecer e cicatrizar rapidamente os cortes no lombo. Ele então volta a acumular milhas de pecado, esperando que Jesus caia no cacete de novo, ano que vem, que é para liberar geral e assim segue a vida.
Enquanto Jesus "agonizava", lembro que virtualmente falando, eu vi nos restaurantes e nas casas diversas, inclusive lá em casa, com estes olhos que a terra haverá de comer, não agora, mas daqui a uns 80 anos, o povo se fartando em dendê, peixe frito, peixe de escabeche, peixe ao molho-de-camarão, peixe amoquecado, ensopado de peixe, ensopado de camarão, camarão ao alho e óleo, feijão de leite, feijão fradinho, feijão preto, vatapá, caruru, frigideira de repolho, frigideira de bacalhau, bacalhau assado, bacalhau ao bafo, bacalhau a Gomes de Sá, moqueca de arraia, vermelho, caçonete, agulhinha, sororoca, tainha e robalo, ou de dourado, surubim, crumatá e outros para não deixar de fora os de água doce, sem falar no polvo ao vinagrete, moqueca de polvo, siri, papa-fumo, ostra e ate lagosta, mesmo em pleno defeso.
Lembro de sextas-feiras santas, onde ninguém podia dar um pio, e isso ainda era nos anos 1970. Quem quiser que corresse, soltasse um pum, um assobio, falasse alto, ligasse o som do rádio - que só tocava música clássica; levantasse o pano roxo de cetim que recobria os santos, que desse um arroto, tirasse meleca, cantasse ou risse. Lá em casa meu avô, de longe, mandava a chinela de couro curtido adquirida na Feira de Água de Meninos, que batia certinho no lado do fígado, ou rim, nunca sei onde eles ficam mesmo, e a vítima sofria igual a Jesus recebendo chibatada, no bom sentido que Jesus é espada.
Pois é assim. O homem morrendo todo ano, já por quase dois mil anos, e todo mundo comendo a se fartar, bebendo nos postos de gasolina das estradas onde deveria ser proibido e pior de tudo: fazendo ousadia. Fazer ousadia eu não sei. Mas, pelo volume de vinho que fui obrigado pelos amigos de mesas fartas a beber, e a variedade de comida que me obrigaram a comer, se eu fosse adepto de religião, provavelmente à esta altura estaria indo para o fogo do inferno, sem escala. Acho até que merecido. Tão merecido que a única coisa que eu ia pedir àqueles que viessem em busca da minha alma, era que esperassem um pouco enquanto eu tomava um Sonrisal. Rebanho de pecadores, hereges, infiéis, falsos ao corpo, donos de shoppings, guardadores de carros, presidentes do Esporte Clube Bahia, banqueiros, infames, lulistas, chavistas, bushistas, médicos do SUS, e filisteus, acautelai-vos!
Texto de Jolivaldo Freitas, escritor e jornalista. e-mail: jfk6@uol.com.br
Curpa dos Crente!

Um senhor, de paletó e gravata com ar de santo, diz:
– O senhor sabia que o Brasil é o segundo país do mundo em consumo de álcool?
O bêbado responde:
– É curpa desses crente!!!
– Como culpa dos crentes? Nós nem sequer consumimos bebidas alcoólicas!!!
– Pois é... se bebessem um pouquinho, nóis era campeão.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Quantos?
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There are two groups of people in the world: those who can be categorized into one of two groups of people, and those who can't.
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There are two groups of people in the world: those who can be categorized into one of two groups of people, and those who can't.
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sexta-feira, 21 de março de 2008
Acredite se quiser!


Imaginem a seguinte cena:
Numa seção de cadastro de loja de departamentos:
- Onde a senhora mora, Dona Sinhazinha?
- Na Puta Que Pariu!
- Puxa, minha senhora, não fui indelicada, apenas perguntei onde mora... é para seu cadastro...
- E eu estou respondendo, moro lá Na Puta Que Pariu!
Em Bela Vista, uma cidadezinha do interior de Minas, cercada de mato , um dos bairros tem o nome de Puta que Pariu...!
Acredite se quiser!
Numa seção de cadastro de loja de departamentos:
- Onde a senhora mora, Dona Sinhazinha?
- Na Puta Que Pariu!
- Puxa, minha senhora, não fui indelicada, apenas perguntei onde mora... é para seu cadastro...
- E eu estou respondendo, moro lá Na Puta Que Pariu!
Em Bela Vista, uma cidadezinha do interior de Minas, cercada de mato , um dos bairros tem o nome de Puta que Pariu...!
Acredite se quiser!
quinta-feira, 20 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
Profundo.
"A verdadeira inclusão digital é o exame de próstata."
quarta-feira, 12 de março de 2008
terça-feira, 11 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
Higiene ou civilidade?
Qual foi a cidade?
a) Molde, Noruega
b) Gammelstad, Suécia
c) Rauma, Finlândia
d) Lausanne, Suíça
e) Salvador, Brasil
terça-feira, 4 de março de 2008
O que vou fazer com meu novo salário ?
Meu Diário - 04/03/2008
O governo acabou de aumentar o salário mínimo, que sai de R$ 380 para R$ 415. Na semana passada, existia a expectativa de um salário de R$ 412,40, mas GRAÇAS A DEUS minhas preces foram atendidas e passo a receber R$ 415.
Estou sem dívidas, vivendo no limite, mas sem dívidas. Os meninos na escola pública perto de casa (não gasto com o busu), também vou caminhando para o trabalho (uma hora e meia de paletada), consigo comprar as pilhas para meu radinho (gosto de escutar os jogos do Vitória) e os esmaltes para a patroa se embelezar (ela tá em cima, viu?). Não temos luxo algum, a não ser uma tv 14 polegadas de segunda mão que compramos em 2003. Tá tudo "nos conformes", até porque a turma aqui não fica doente e, por este motivo, nem o fantasma das filas do SUS nos incomoda.
Com mais R$ 35 no orçamento, fico na dúvida do que fazer a partir da próxima folha de pagamento:
- Botar um pouco mais de feijão na mesa ? Acho que tá todo mundo satisfeito com o rango ...
- "Fazer uma prestação" de um dvd-player para assistir uns filmes ? Melhor não, vai gerar custos com os dvd´s e o orçamento vai para o beleléu ...
- Pagar a escova progressiva que minha esposa pede há tanto tempo ? Ela tá bonita como tá ...
- Comprar aquela chuteira que meu filho tanto pede ? Pra quê ? Ele bate o babinha na praia ...
Porra !! Começo a ficar aborrecido com o governo !!! Estava tão tranquilo com meu orçamento !! Já que não tem jeito, vou abrir uma "caderneta" !! Mas se alguém ai do blog estiver precisando é só me falar ... Bibinho tem meu telefone ...
Assinado: Luc08, sem Call e sem Go Back
O governo acabou de aumentar o salário mínimo, que sai de R$ 380 para R$ 415. Na semana passada, existia a expectativa de um salário de R$ 412,40, mas GRAÇAS A DEUS minhas preces foram atendidas e passo a receber R$ 415.
Estou sem dívidas, vivendo no limite, mas sem dívidas. Os meninos na escola pública perto de casa (não gasto com o busu), também vou caminhando para o trabalho (uma hora e meia de paletada), consigo comprar as pilhas para meu radinho (gosto de escutar os jogos do Vitória) e os esmaltes para a patroa se embelezar (ela tá em cima, viu?). Não temos luxo algum, a não ser uma tv 14 polegadas de segunda mão que compramos em 2003. Tá tudo "nos conformes", até porque a turma aqui não fica doente e, por este motivo, nem o fantasma das filas do SUS nos incomoda.
Com mais R$ 35 no orçamento, fico na dúvida do que fazer a partir da próxima folha de pagamento:
- Botar um pouco mais de feijão na mesa ? Acho que tá todo mundo satisfeito com o rango ...
- "Fazer uma prestação" de um dvd-player para assistir uns filmes ? Melhor não, vai gerar custos com os dvd´s e o orçamento vai para o beleléu ...
- Pagar a escova progressiva que minha esposa pede há tanto tempo ? Ela tá bonita como tá ...
- Comprar aquela chuteira que meu filho tanto pede ? Pra quê ? Ele bate o babinha na praia ...
Porra !! Começo a ficar aborrecido com o governo !!! Estava tão tranquilo com meu orçamento !! Já que não tem jeito, vou abrir uma "caderneta" !! Mas se alguém ai do blog estiver precisando é só me falar ... Bibinho tem meu telefone ...
Assinado: Luc08, sem Call e sem Go Back
sábado, 1 de março de 2008
Chove.
"
E começaram as chuvas e os dilemas mesclados com discursos e promessas. Chove nas ruas e nos morros; baldes e vasos precisam conter um pouco das águas, 'das águas de março'. Chove. E há lama no asfalto. Barracos deslizam inteiros. E gente em pedaços, meninos andam em barcos, ou navegam 'em solitário'. Cortando a mesmice dos dias de março. Barracos voltam a cair, mulheres choram os seus desabrigados. Um caminhão virou com os seus romeiros. Chove agora nos olhos dos seus...
Chovem também desafetos ao ritmo triste dos lamentos molhados.
"
- Helder Souza Falk
E começaram as chuvas e os dilemas mesclados com discursos e promessas. Chove nas ruas e nos morros; baldes e vasos precisam conter um pouco das águas, 'das águas de março'. Chove. E há lama no asfalto. Barracos deslizam inteiros. E gente em pedaços, meninos andam em barcos, ou navegam 'em solitário'. Cortando a mesmice dos dias de março. Barracos voltam a cair, mulheres choram os seus desabrigados. Um caminhão virou com os seus romeiros. Chove agora nos olhos dos seus...
Chovem também desafetos ao ritmo triste dos lamentos molhados.
"
- Helder Souza Falk
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